sábado, 27 de junho de 2009


AS DUAS FALSAS
REDENÇÕES DO VALE
Projetos de Reflorestamento e Irapé decepcionaram o Vale
Dois grandes projetos foram apresentados pelos apologistas do progresso como redenção do Vale.
Reflorestamento, um deserto verde
Na década de 70, o eucalipto chegou querendo enriquecer reflorestadores, malandros, políticos e grileiros. Como se não houvesse registros de propriedades tudo era do Governo de Minas. Era terra devoluta. Implantou-se um projeto da maior floresta artificial do mundo em Berilo, Botumirim, Bocaiúva, Carbonita, Chapada do Norte, Cristália, Capelinha, Grão Mogol, Itacambira, Itamarandiba, Josenópolis, José Gonçalves de Minas, Leme do Prado, Minas Novas, Olhos Dágua, Padre Carvalho, Salinas, Veredinha, Virgem da Lapa, no norte e nordeste de Minas. Mais de 500 mil ha de floresta contínua. Um deserto verde.
Para garantir o apoio dos prefeitos da região eram oferecidos coquetéis, agrados, viagens de avião – coisa rara na época - para reuniões nas sedes das empresas, em São Paulo e no Rio.
As terras foram entregues para as empresas reflorestadoras como a Acesita, Manesmann, Vale do Rio Doce, Suzano, graciosamente.
Encontraram resistências de famílias que moravam nas grotas, veredas, chapadas, capões e gerais. Alguns residiam em suas terras a mais de 200 anos.
Estas famílias encontraram solidariedade de alguns cidadãos de bem, de cidadãos comuns, de pastorais sociais da Igreja católica, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Porém, foram expulsos dos seus lugares, assim mesmo.
O Governo dizia que ali não tinha ninguém. “Quem não registra não é dono”, acertava a Ruralminas com os Cartórios de Imóveis da região.
Com o projeto de aceleração da caminhada ao paraíso do capital, criaram os “gatos” e “turmeiros” em substituição privada dos Serviços de Migrantes do Estado e da Pastoral católica. A migração existia, mas aumentou.
A enganação abasteceu o crescimento das indústrias siderúrgicas, os caminhões de carvão, a destruição do meio ambiente, das chapadas, do cerrado, o inchaço das periferias das cidades, com os novos sem-terras, e o empobrecimento ainda maior dos trabalhadores rurais. Os problemas sociais se aprofundaram.
Veja mais abaixo, a segunda decepção do Vale.

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