sábado, 4 de julho de 2009


Serro realiza Festa do Rosário dos Homens Pretos
O Vale do Jequitinhonha continua com o seu ciclo de Festa do Rosário dos Negros. Minas Novas realizou uma bela festa nos últimos dias 23, 24 e 25 de junho. Dias 17, 18 e 19 de julho será a vez de Francisco Badaró, no Médio Jequitinhonha. Neste final de semana, quem se apresenta são os negros da comunidade do Serro, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Preservando e valorizando a cultura mineira, a cidade do Serro realiza a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos entre os dias 04 e 06 de julho. A festa foi criada pelos escravos há quase trezentos anos, buscando um momento de alegria e de valorização do negro. Durante os três dias de festejo, o homem negro deixava de ser escravo e passava a ser senhor.

Descreve a lenda que a imagem de Nossa Senhora do Rosário apareceu de repente sobre as águas do mar. Vendo-a no mar, os índios foram chamá-la. Eles cantaram e dançaram, mas ela não se moveu. Os índios desistiram. Para tentar encantar a santa, os marinheiros, homens ricos e brancos, também cantaram e dançaram, mas a santa não se moveu. Somente após as tentativas dos índios e dos marinheiros de encantar a santa, os negros puderam se aproximar. Feridos pelos maus-tratos e descalços, cantaram e tocaram tambores. A santa, vendo e ouvindo os negros, se comoveu e veio para a terra. A partir daí, passou a ser considerada padroeira dos negros.
Cablocos, Marujos e Catopés
Na comemoração tricentenária, os índios são representados pelos Caboclos, que usam cocares de penas, colares de sementes coloridas e empunham arco e flecha. Os marinheiros vestem roupas brancas, empunham espadas, andam em fila e em posição de combate. Os catopês, que representam os negros, se vestem com cocares de penas e manto de retalho.
A comemoração começa às 5 horas deste sábado, dia 4 de junho. Ainda de madrugada, os fiéis se dirigem à Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Na igreja, o grupo “Caixa de Assovios”, composto por duas flautas e dois tambores, toca uma melodia que lembra os lamentos dos escravos. Os fiéis circulam com o grupo pela cidade e se dirigem para a casa dos festeiros.
Neste sábado, à noite, os Cablocos, os Marujos e os Catopés levam a bandeira do Rosário até o mastro, onde ela é hasteada. O ritual de hasteamento tem um significado muito importante, pois o mastro representa a ligação entre o céu e a terra.
No domingo, todos se fantasiam, cantam e dançam. E na segunda-feira, a festa é encerrada com a escolha dos reis do próximo ano.
Para os fiéis, é Nossa Senhora do Rosário, com sua benção e amparo, que permite a continuidade da festa ano após ano.
Os festejos são importante mostra da cultura de Minas, marcada pela religiosidade e influenciada pelos costumes dos negros, índios e brancos.
Com informações do http://www.cultura.mg.gov.br/

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