sábado, 29 de agosto de 2009

Anistia Ampla, Geral e Irrestrita


O deputado André Quintão PT/MG abriu nesta quinta-feira, (27), o Ciclo de Debates “30 anos de luta pela Anistia Política no Brasil”, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, lembrando a história de luta pela Lei da Anistia, promulgada a 28 de agosto de 1979.
Durante a solenidade, o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Júnior, disse que a anistia só estará completa com a revisão dos erros de interpretação, uma vez que também foram anistiados os torturadores. Segundo ele, a comissão defende a abertura dos documentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e que o Estado brasileiro faça um pedido público de desculpas pela repressão na ditadura.
André destacou a importância de se lembrar o passado para não repetir erros e construir uma Nação sobre pilares democráticos e de respeito aos direitos humanos.
O Ciclo de debates, que a Assembléia realiza em parceria com o governo do Estado, Prefeitura de Belo Horizonte e movimentos sociais organizados. teve, nesta sexta-feira, dois grandes painéis sobre “A questão dos mortos e desaparecidos ontem e hoje – a permanência da tortura enquanto Instituição”e a “Justiça de Transição e Direito à Verdade, à História e à Memória: a punição dos Crimes de Tortura”. Do blog do meu amigo Luis Carlos Gusmão.
Quando eu conto para jovens histórias da ditadura militar, de proibição de reuniões, de manifestação, de perseguição a quem pensasse diferente do governo militar, que aconteceu muita tortura, morte e exílio de líderanças políticas, sindicais, estudantis e religiosas, eles ficam incrédulos, não acreditando que isso tenha acontecido no Brasil.
Vivi estes anos de chumbo, entre 70 e 81, como estudante e militante sindical dos bancários, em BH. Naqueles anos cresceu em mim a convicação que devemos sempre lutar pelos direitos humanos e pela plena democracia.
Quando a lei da anistia foi aprovada fomos pras ruas cantando e chorando de emoção. Músicas como "O Bêbado e o equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, na voz de Elis Regina, virou nosso hino.
Fomos conhecer de perto os mártires da luta política, social e cultural que voltavam do exílio como Betinho, o irmão do Henfil, Apolo Lisboa (médico de Salinas), Miguel Arraes, Leonel Brizola, e muitos outros.
Aqueles que aqui ficaram e viviam na clandestinidade também vinham contar suas experiências e lutas pelas liberdades democráticas.
As novas gerações devem conhecer melhor o passado, debater a situação presente, garantir e ampliar direitos conquistados, para que o futuro seja sempre melhor para todos e todas.
E não volte os tristes tempos da ditadura.

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