sábado, 22 de maio de 2010

Diamantina: por quem os sinos dobram?

Diamantina celebra rituais milenares
Fernando Gripp A musical e religiosa Diamantina, no Alto Jequitinhonha, celebrará nos dias 12 e 13 de junho rituais desconhecidos na maioria das cidades. Instituída no ano de 965 pelo Papa João XIII, a solenidade é um tributo a uma das mais fortes marcas da Igreja e de suas torres: a influência dos sinos na vida das pessoas. Seus dobres, repiques e tangidos ecoam na memória do mundo. Ora como mensagens de alegria, ora como anúncios de catástrofes, ora como batidas de pêsames.
Campanha Sino Cidadão
A a população de Diamantina aderiu em peso a uma campanha para fazer réplicas de seis sinos de suas velhas igrejas que estavam trincados há muitos anos e de vozes enrouquecidas. O generoso apadrinhamento de algumas dezenas de diamantinenses e a pré-aquisição do livro Linguagem dos Sinos custearam a edificante empreitada. Assim é que na manhã de 13 de junho, Dia de Santo Antônio, batidas de sinos, cantos sacros e litanias ecoarão por ruelas e becos numa reverência a uma das mais belas tradições do velho Tijuco e em sintonia com a alma musical de sua gente.

A cerimônia será abrilhantada por um pelotão de fuzileiros da Polícia Militar e sua centenária banda de música, com a participação também da Banda Euterpe Diamantinense, Conservatório de Música Lobo de Mesquita e outras instituições que sempre marcaram a vida religiosa da cidade. Partituras sacras e fúnebres de velhos compositores diamantinenses revestirão o batismo dos sinos da pompa e circunstância em que eram celebrados através dos séculos.

Fiel à sua vocação de cidade-teatro, o Batismo dos Sinos terá como palco o adro da Catedral Metropolitana, em frente ao qual se espraiará a multidão dona da festa - que é o povo de Diamantina - e as muitas delegações de convidados e entidades fomentadoras da cultura.

Quem imaginava que a terra da alegria, da hospitalidade e da vesperata fechara seus ouvidos e sensibilidade ao ecoar dos velhos bronzes, prepare-se...

Que muita emoção, nostalgia e lágrima vai rolar por aquelas capistranas de tanta história, segredo e inconfidência...


Fonte: Passadiço Virtual, de Diamantina

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