terça-feira, 11 de maio de 2010

A Força Feminina no Artesanato

A Força Feminina no Artesanato
Conversa com artesãs da 11ª Feira da UFMG

Por Bruna Acácio
A 11ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG traz representantes de 21 municípios do Vale e 65 artesãos. Um rápido passeio pelos corredores da feira basta para perceber que o número de mulheres excede consideravelmente o de homens. Das 33 associações presentes, foram enviadas 50 mulheres como representantes.
Segundo as artesãs entrevistadas, essa diferença não é exclusividade da feira. "A maioria é mulher. Elas aprendem com as mães ou amigas e depois começam a vender para complementar a renda.", diz Geralda Azevedo, de Veredinha. Em grande parte dos casos, o artesanato é a principal fonte de renda das mulheres.
A Feira de Artesanato promovida pela UFMG - através do Programa Polo Jequitinhonha e da Diretoria de Ações Culturais (DAC) - abre espaço para que os artesãos do nordeste mineiro possam expor seus produtos e comercializá-los sem intermediários. "Aqui na Feira a gente pode vender com um preço melhor e também fazer contatos para futuras encomendas.", conta Elza Fagundes de Jesus, de Itinga. Outro objetivo da feira é a formação de uma rede social entre os artesãos do Vale. "Nas feiras, a gente conhece várias pessoas e faz amizades", comenta Terezinha dos Santos Cruz, de Padre Paraíso.
Encontro de gerações Foto: A jovem artesã Ednéia Santos, de Araçuaí
A maioria das mulheres entrevistadas começou cedo no artesanato, a partir do que aprenderam com suas mães e avós. Esse é o caso de Idalina Quadros, de Palmópolis, que começou a bordar aos 7 anos e 60 anos depois continua com o ofício. Para ela, a juventude não está muito interessada em aprender o artesanato. Se depender da jovem Ednéia Santos, de Araçuaí, a tradição familiar não será quebrada: "Quero ensinar a meus filhos, mesmo que eles não queiram seguir minha carreira".
Associações: trabalho conjunto gera renda e união
O papel das associações é essencial para que o trabalho de cada artesão se fortaleça. Nelas, os associados compartilham conhecimentos. "Uma colega nos ensinou o patchwork. Hoje essa é a principal técnica da associação", diz Cleonice Alves Santos, de Almenara. E como confirma a artesã, os benefícios advindos do artesanato superam o campo econômico: "Além de ser fonte de ganho, é uma terapia. Toda vez que eu termino um trabalho eu fico impressionada com o que as mãos humanas são capazes de fazer".
Grande parte das associações possui oficinas para o trabalho conjunto dos artesãos. Isso promove, além da troca de experiências, a socialização das pessoas que participam. "Muitos dos meus amigos são da associação, conheci muita gente lá", comenta Sandra Paulino, de Datas.
Fonte: Polo Jequitinhonha/UFMG

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