sábado, 26 de junho de 2010

Vale do Jequitinhonha discute candidatura própria

Vale do Jequitinhonha discute candidatura própria
Médico Jean Freire, de Itaobim, quer representar região na Assembléia LegislativaRelegado por décadas a simples “bolsão” de votos dos canditados “copa-do-mundo”, que aparecem de 4 em 4 anos, o Vale do Jequitinhonha, com mais de 400 mil eleitores, começa a discutir a possibilidade de novamente ocupar uma vaga na Assembléia Legislativa, com indicação de nomes da região para compor o cenário político estadual.
A necessidade de uma maior representação política da região, carente de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento, vem sendo discutida em diversas cidades do Vale, apoiado por movimentos sociais e políticos comprometidos com a mudança da realidade no Vale.

A adesão de setores da Igreja Católica Progressista e alguns grupos Evangélicos mostram a preocupação ecumênica de uma nova realidade no Vale, onde o compromisso com a base popular leve à formulação de projetos voltados para o desenvolvimento da região.

Dr. Jean Freire, vereador do PT, médico em Itaobim,com atuação em Almenara, Araçuaí, Medina, Monte Formoso, Coronel Murta e Virgem da Lapa, é um dos filhos do Jequitinhonha empenhados na mudança desse paradigma.
Em algumas cidades do Vale, segundo ele, a “briga” política se arrasta há anos, normalmente entre duas facções políticas, onde as discussões de propostas desenvolvimentistas são deixadas de lado, ainda existem grupos que se sentem “amarrados” ao “Deputados de fora”, que através de pequenas emendas e alguns favores menores, conseguem dar um “nó” no desenvolvimento local, através do loteamento eleitoral.
Reservadas as raras exceções, alguns já chegam a sentir-se “donos” do rebanho amontoado pelos chefes políticos, como gado para corte.

Neste cenário, uma candidatura “própria” surge com um “divisor de águas”, o que pode levar ao surgimento de uma “terceira via” em alguns locais, que passe pela formação de novos grupos, idealizados com o objetivo de discutir uma nova realidade, e isso pode levar a um maior equilíbrio entre as forças políticas nas próximas eleições municipais, com o surgimento de novas lideranças.


Alguns setores ligados à produção rural, ao comércio, à saúde, à educação, ao esporte, à cultura e ao meio-ambiente vêem também a necessidade urgente da formulação de políticas públicas que possam nortear a atuação parlamentar, seria como se estivéssemos colocando em prática o tão discutido “voto distrital”, proposta política tão sonhada pelas regiões menos favorecidas do país, mas que espera, adormecida nas gavetas dos deputados majoritários.


Conhecido do país inteiro como o “Vale da Miséria”, o Vale do Jequitinhonha espera que seus filhos se mobilizem para a esperada mudança, cujo objetivo principal é a retomada das rédeas, num galope ligeiro rumo ao Vale da esperança, Vale das oportunidades.
Recentemente perdemos os rumos sobre a proposta de criação de uma unidade de beneficiamento de Biodiesel da Petrobrás no Vale, que nos traria cerca de 6 mil empregos, acabou indo para Montes Claros.

A UFVJM - Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri veio, mas os Campus ficaram um pouco fora da nossa rota (um em Diamantina, outro em T.Otoni). Isso tudo é mera coincidência? Ou falta de representação política?

Tivemos muitos avanços na era LULA, isso é indiscutível, mas poderíamos ter mais se tivéssemos mais bem representados na esfera política.
Neste novo cenário atual, espera-se que a classe política do Vale do Jequitinhonha acorde para uma nova realidade onde os “nós” que nos amarram e nos deixa vinculados a essa dependência sejam desamarrados, dando-nos assim a liberdade para planejar nosso futuro.
É esperar para ver.
“Desperta, Vale do Jequitinhonha, os teus filhos vão olhar por ti”.(Saulo Laranjeiras )


Texto de Higino Pedro, escritor e trabalhador da Cemig com atuação na Usina Hidrelétrica de Irapé. Ele é natural de Itaobim e morador de Araçuaí, no Médio Jequitinhonha.

Um comentário:

Téo Garrocho disse...

Fala-se muito em época eleitoral de candidaturas próprias do Vale do Jequitinhonha. O que entristece é ver e sentir que quando aparece uma candidatura "própria", até mesmo militantes do próprio partido ignoram o candidato. Um exemplo: O aguerrido vereador Arcanjo Nunes de Araçuaí que sempre foi esquecido até mesmo pela cúpula do partido em Araçuaí. A verdade precisa ser dita e enquanto o Vale do Jequitinhonha não atentar para seus valores da terra, vai continuar dependendo dos "paraquedistas" de quatro em quatro anos.

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