quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Artista plástica de Rubim expõe em BH

Artista plástica de Rubim expõe em BH
As múltiplas facetas da obra de Marina Jardim
Tião Rocha*
Singular e Plural
A capacidade de criar e de expressar do ser humano confirma-se, cada vez mais, como infinita. Os limites do homem são os limites de sua própria humanidade.
As artes nos mostram como podemos estender, mais e mais, intensamente, os limites do possível. Ir ao encontro da Utopia, do não-feito ainda!
Se estas afirmações se aplicam para todos os campos das artes, o que se destaca como marca individual neste universo de possibilidades de criação, de leituras e re-leituras da vida, de interpretações e de expressões de nossos sonhos, crenças, valores, e devaneios?
- A individualidade da criação e a singularidade da obra de arte!, é a resposta.
Somente aprendendo e apreciando o singular de uma obra de arte, poderemos entender a pluralidade de nossa cultura, a diversidade de nossa gente e a infindável riqueza de recursos de nossa humanidade.
Marina Jardim é um exemplo de artista singular e plural.
Singular na forma e na técnica – arrojadas - de lançar cores fortes e muito ritmo
em suas telas. Seus quadros têm a sua marca e sua identidade. Se reconhece de longe um Marina Jardim.
Plural porque expõe todas suas lembranças e experiências, vistas, vividas, aprendidas e armazenadas em nosso inconsciente coletivo, gerador de nossa mineirice e brasilidade.

Forma e ConteúdoSe olharmos com cuidado as cores fortes e misturadas, os traços firmes e técnica apurada nas telas de Marina Jardim podemos apreciar a riqueza e beleza do seu trabalho.
Se olharmos as mesmas telas por seus conteúdos marcados por histórias e imagens de infância, ritmos e danças populares, podemos aprender muito do dia-a-dia das pessoas que vivem no interior da cultura brasileira, percorrer pelas telas a vida presente no sertão das gerais. As marcas em Marina vieram de sua meninice lá prás bandas de Rubim, no Vale do Jequitinhonha.
Se nos deixarmos levar pelas pinturas e telas de Marina, se nos misturarmos às suas cores e ritmos, com certeza vamos nos sentir parte da festa do Rosário, cair nos batuques, rir dos palhaços nos circos, correr atrás dos bois Janeiro e cantar com as folias de reis.
Nela, arte e vida se retratam, se permitem, se possibilitam! E quando se fundem numa tela, nos tornam cúmplices e herdeiros. Só os artistas conhecem o ponto do doce deste encontro do homem com sua humanidade.
Marina cada dia mais se aprimora nessa arte de nos fazer singular e plural, forma e conteúdo, cor e ritmo, herdeiros e produtores de humanidade.

*Tião Rocha é Antropólogo, Educador Popular, Folclorista e Presidente do CPCD - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento.


Exposição “Cor e Movimento” de Marina Jardim
Local - Galeria de Arte do SESC
Rua Tupinambás, 956 - 1º andar
Tel: (31) - 3279.1462 - Belo Horizonte - MG
Horário - 8:30h as 22:00h
Data : 1º a 30 de setembro de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário