quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vesperata, a música que vem das janelas de Diamantina

Vesperata, a música que vem das janelas
Noitinha fria no centro de Diamantina,no Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas.


Nas históricas sacadas da rua da Quitanda estão os músicos, e, lá de baixo, o público acompanha sentado a mais um concerto, conhecido na cidade como Vesperata.



Ao menos duas vezes por mês, é o maestro major Edson Soares de Oliveira quem revive essa cena. À frente da banda do município de 1997 a 2002 e retomando o comando das atividades neste ano, ele foi uma das pessoas que participou da criação desse que hoje é um dos principais atrativos da cidade. "A vesperata teve início para mobilizar Diamantina como o patrimônio da humanidade e, a partir daí, não parou mais", afirma.

O maestro rege de cima de um tablado no centro da rua “de acústica boa e natural”, olhando para os seus regidos ao alto, como se fosse uma “serenata invertida”. “Na hora da apresentação, tenho que estar muito atento e ter domínio da música para posicionar bem os instrumentos nas sacadas”, complementa. Além de regente, Edson tem licenciatura em trompete e toca com facilidade o contrabaixo e o bombardino - instrumento da família dos metais, de timbre suave.

Durante a infância, aos nove anos de idade, que ele se encantou com a música e devagarzinho seguiu os passos do irmão na banda de sua cidade natal, São João da Chapada, a 27km de Diamantina. Quando moço, foi seminarista e chegou a trabalhar em uma fábrica, mas depois entrou para o corpo de oficiais do 3º batalhão da Polícia Militar do Estado. “Foi na polícia que eu passei a me dedicar mesmo à carreira de músico”, destaca o maestro e major Edson.

Com a colaboração de outro colega regente, o tenente André Benedito Mantovani, Edson é o responsável pela pesquisas dos repertórios variados, escolhidos cuidadosamente para agradar turistas do mundo todo que chegam à Diamantina para conhecer o resgate cultural feito por esses músicos.



Entre as músicas escolhidas, estão sempre as populares brasileiras, clássicas e as serestas.

Todo o trabalho é desenvolvido com os músicos, que são jovens aprendizes com idade de 9 a 18 anos. “Eu me sinto realizado por contribuir para essa cultura quando o público canta e vibra, porque a vesperata não é só a banda”, destaca, com orgulho.

Fonte: Portal UAI

Nenhum comentário:

Postar um comentário