quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não sei, Cora Coralina

Não sei...
se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.
Para Zara Sampaio, de Capelinha

Cora Coralina foi uma contista e poetisa goiana (1889-1985) que publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade. Dona de casa, escreveu a vida inteira, desde os catorze anos. Começou a publicar seus poemas em jornais, reproduzindo os sentimentos de pessoas que vivem em cidades do interior do Brasil. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Um comentário:

Unknown disse...

Que lindo esse poema da Cora Coralina...

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