domingo, 30 de outubro de 2011

A voz do Brasil que nunca teve voz

A voz do Brasil que nunca teve voz
Lula completou 66 anos esta semana: a metade deles emprestando a voz rouca e grave à defesa da democracia e da justiça social. Avant la lettre, ele deu voz à "primavera árabe" brasileira. Mesmo quando lhe faltaram microfones, nas assembléias históricas da Vila Euclides, no ciclo das grandes greves do ABC paulista, nos anos 80, a voz rouca e grave ecoou através de outras vozes para se fazer ouvir em todos os cantos e lares mais humildes do país.

A economia e a sociedade que essa voz ajudou a construir hoje falam por ele. E torcem por ele, na certeza de que ele ainda falará por ela durante muito tempo, como líder político incontestável da grande frente progressista que deu voz a um Brasil que nunca antes teve voz nem vez na política nacional.

Na campanha de 2002, num discurso emocionado, quando a vitória ainda era incerta, Lula disse que se considerava uma obra coletiva do povo brasileiro. E que assim persistiria , fosse qual fosse o resultado daquela disputa.




De fato. Lula se transformou no intérprete mais fiel das lutas e sonhos da gente brasileira, a ponto de o seu nome ter se incorporado ao vocabulário nacional ('agora é Lula!') como uma espécie de sinônimo do orgulho, da resistência e do discernimento de uma população que, ao seu modo, nele se enxergou como fonte de poder e de direitos .

Essa força tamanha não vai silenciar.


Não apenas porque Lula em breve voltará a expressá-la, mas porque em qualquer tempo, e em qualquer lugar , sempre que interesses de uma elite anti-social e demofóbica ameaçarem as conquistas e anseios dessa gente, haverá quem cante, assovie, murmure ou mencione o refrão que enfeixa um punhado de significados e entendimentos, todos eles imiscíveis com a prepotência e a humilhação que encontrou nesta voz um contraponto de alteridade e hegemonia que as ruas dificilmente esquecerão:

'olê, olê, olê, olá, Lula, Lula...'
Publicado no Carta Maior por Saul Leblon

Um comentário:

Alberto Bouchardet disse...

Graças aos céus que no Brasil, mais precisamente em São Paulo, existe um centro de referencia para tratamento do cancer.Se assim não o fosse, Lula mereçe até mesmo tratar fora do país. Em Cuba por exemplo.
O que não merecemos é a morte desse guerreiro que mudou a historia desse meu Brasil. Me orgulho de ser brasileiro e isso aconteceu depois de Lula.
Força e Paz Lula.

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