quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Impasse sobre verba para universidade no Jequitinhonha entra em discussão na ALMG

Impasse sobre verba para universidade no Jequitinhonha entra em discussão na ALMG
Marcelo da Fonseca - Jornal Estado de Minas
Manifestação em Araçuaí do Movimento "UFVJM é nossa"


A polêmica envolvendo a implantação de novas unidades da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) em municípios que estão fora da região volta à tona hoje. Integrantes das comissões de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), participam de audiência pública marcada para às 14h30, em Diamantina, para discutir com autoridades locais e representantes de movimentos civis a questão que virou motivo de sérias divergências na região do semiárido mineiro.



De um lado, o reitor da UFVJM afirma que a decisão é irreversível e não vai prejudicar em nada os moradores do Vale. Do outro, políticos e moradores questionam a transferência para outros municípios de recursos prometidos à região.



O deputado estadual Délio Malheiros (PV), autor do requerimento para a realização da audiência pública, defende que antes da expansão da universidade para os municípios de Unaí e Janaúba, nas regiões Noroeste e Norte do Estado, é preciso avaliar a missão para a qual a instituição foi criada, impedindo que a ampliação para outros lugares prejudique a ampliação de vagas para os moradores dos vales.



“Temos uma carência enorme no vale e são vários municípios que reivindicam unidades. A ampliação faz com que o objetivo dessa universidade acabe se perdendo”, explica o parlamentar.


O reitor da UFVJM, Pedro Ângelo Almeida Abreu, avisou que não vai participar da audiência e que a definição sobre a ampliação da universidade para Unaí e Janaúba já foi discutida e aprovada pelo conselho universitário, sem possibilidade de mudanças.

Sobre a construção de novas unidades no Vale do Jequitinhonha, o reitor explica que já estão sendo feitos estudos técnicos pelo mesmo Conselho e que enquanto não houver uma definição ele prefere não participar de discussões sobre o tema.


“Acho justa a reivindicação dos movimentos civis por novos câmpus e podem ser viáveis três novas unidades no Vale, mas a questão não pode ser colocada como um confronto entre regiões. O Norte de Minas também precisa ser atendido com ofertas de cursos superiores”, afirmou Abreu.

Mais democracia
A posição definitiva apresentada pelo reitor desagradou aos integrantes do movimento “A UFVJM é nossa!”, que esperavam uma discussão mais aberta.


“A questão está sendo tratada com muito autoritarismo por parte do reitor. Não é justo que lugares em situações melhores e que já têm opções para seus moradores recebam investimentos prometidos para o vale”, criticou Maria do Rosário Sampaio, integrante do movimento. Ela também cobrou uma ação mais efetiva dos parlamentares.“Estamos brigando há mais de seis meses e até agora os deputados têm andado a reboque dessas discussões. Parece até que os interesses da região não são importantes para o estado”, enfatizou.

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