terça-feira, 29 de maio de 2012

Araçuaí: golpe de quadrilha dá prejuízo de R$ 150 mil a fazendeiros


Baianos fecham mercearia e açougue após golpe na cidade



not 2087de3637cd38298cc7c42aaa6d6e55 300x143 Baianos fecham mercearia e açougue em Araçuaí após golpe na cidadeUma quadrilha de baianos aplicou um golpe que pode
chegar à casa dos R$150 mil em comerciantes e
vendedores de gado de Araçuaí (MG) no Vale do
Jequitinhonha.
O grupo composto de dois casais e um homem identificado apenas por Cláudio usou como fachada, uma mercearia que funcionava também como açougue, para aplicar o golpe. A mercearia funcionava na rua Salvador, no bairro Alto Bela Vista, de classe média.
A maioria das vítimas é de comerciantes de gado.
Na madrugada de domingo (27/05), um caminhão baú foi encostado em uma rua lateral que dá acesso ao estabelecimento. O bando levou todas as mercadorias da mercearia.
A polícia não tem pista do paradeiro do grupo.
Até o final da tarde de ontem (28/05) apenas cinco vítimas do grupo registraram queixa na delegacia de polícia da cidade. O prejuízo de cada uma varia de R$ 3 a R$ 12 mil.
“ Confiei neles por serem proprietários de uma mercearia. Aluguei um pasto por 45 dias e não recebi nada. Jamais imaginei que pudessem fugir de um dia para outro levando toda a mercadoria da mercearia”, contou o fazendeiro Adão Roberto Soares Jardim, 58 anos, cujo prejuízo foi de R$3.700.
O pai dele, Paulo Jardim, também fazendeiro, tomou prejuízo de R$ 9 mil com a venda de bezerros.
“Eles pediam para pesar o gado e falavam que era para pegar o cheque na mercearia. Quando a gente ia receber, eles falavam para passar no outro dia e iam enrolando”, contou Adão Roberto que disse ter conhecido o grupo há 60 dias.
Em Jenipapo de Minas, o proprietário da mercearia que deu o nome de Renailton Ramos dos Santos, comprou uma caminhonete cabine dupla por R$ 32 mil na mão de um comerciante e não pagou.
Outras vítimas em Araçuaí são proprietários de lojas de roupa, de pneus e equipamentos de som para carros.
Registro da empresa
O contador Adail Lemos dos Santos, o Castelo, disse que o grupo registrou a Mercearia Bom Preço no dia 19 de agosto de 2011 em nome de Renailton Ramos dos Santos, cuja sócia seria sua esposa, Eliane dos Santos Ferreira.
“ Há 15 dias atrás , o casal e um homem chamado Cláudio, vieram até meu escritório e pediram toda a documentação da empresa, alegando que iriam mudar o contador. Como a documentação pertence aos proprietários, entreguei tudo”, disse o contador que não soube informar o local de origem dos sócios da empresa. “ Eram muito educados e tinham sotaque de baianos”, afirmou o contador
O proprietário do imóvel que pediu para não ser identificado disse que o aluguel foi feito no ano passado. “ Eles me pagavam em dia. O imóvel chegou a ficar fechado por dois meses, com tudo pago. Depois é que abriram a mercearia. Falaram que eram da Bahia e que tinham ido para São Paulo antes de se instalarem aqui. Não tenho nada a reclamar deles. Só não pagaram a conta de água, mas deixaram lá uma mesa que vou vender para quitar a conta”, disse ele.
O grupo jogou as chaves debaixo de uma porta que ficou apenas cerrada.
O aluguel era de R$ 600.
Preços abaixo do mercado
Para atrair clientes, o grupo usava um carro de som para anunciar a venda da carne bovina por R$ 12 o quilo. Nos açougues da cidade o quilo de carne é vendida a R$ 15. "Tudo na mercearia era mais barato", disse uma vizinha do estabelecimento.
O golpe da compra de gado não é novo em Araçuaí. Vários fazendeiros já foram lesados.
O mais conhecido foi o golpe de um sergipano conhecido por “Neguinho”, cujo avô, também sergipano, conhecido por Zezé Vargem Grande tinha o costume de comprar carretas de boi na mão de fazendeiros da região. “ O Zezé era um homem correto e pagava certinho. Confiamos no neto que deu prejuízo em mais de 30 fazendeiros da região, não pagando a mercadoria. Ele desapareceu e ninguém tem notícia de onde se encontra”, contou um fazendeiro que foi vítima do golpista.
A Polícia Militar foi acionada na manhã de domingo no local onde funcionava a Mercearia Bom Preço. Porém, ninguém registrou queixa.
Fonte: Gazeta de Araçuaí

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