sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cemig faz 60 anos e comemora grandes faturamentos

Empresa tem uma das taxas mais altas sobre energia no mundo 


A empresa é constituída por 114 sociedades, 15 consórcios e um fundo de participações. Companhia de capital aberto controlada pelo Governo de Minas, possui mais de 115 mil acionistas em 44 países, tendo ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York e Madri.
“Somos a única empresa do setor de energia elétrica no mundo a compor o Dow Jones de sustentabilidade há 12 anos,” destacou o presidente da Cemig, Djalma Morais.
Maior empresa no segmento de distribuição de energia elétrica do Brasil, com 11,5 milhões de consumidores em 805 municípios de Minas Gerais e Rio de Janeiro, atende 30 milhões de pessoas. Em Minas, possui a concessão em  774 municípios e uma rede de distribuição com 480 mil quilômetros, 4,65 milhões de postes e 735 mil transformadores. O suficiente para dar 12 voltas ao redor da Terra.
Também é a maior comercializadora do país, responsável por quase 25% do mercado de energia livre. É um dos maiores grupos geradores e transmissores, responsável pela operação de 70 usinas e uma rede de mais de 10 mil quilômetros de extensão. A atuação da Cemig estende-se a 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal e Chile.
Em pronunciamento, o governador Antônio Anastasia destacou o papel da empresa, que se tornou nos últimos anos uma das maiores empresas da América Latina. “A Cemig é paradigma, exemplo e referência, não só no Brasil, mas em todo mundo. Uma empresa que hoje, para nossa honra e orgulho, ocupa o panteão de ser a maior empresa de energia elétrica não só do Brasil, mas de toda América Latina pelo seu valor de mercado e pela confiança de seus acionistas e de todo público empresário”, disse.
Antonio Anastasia destacou a capacidade dos trabalhadores da Cemig, a seu ver, os principais responsáveis pela posição de destaque ocupada pela Companhia. “Todos os números positivos revelam uma empresa calorosa na ação de seu capital humano e empreendedora na capacidade gerencial de seus líderes, mas, sobretudo, humana no conteúdo e no objeto de sua ação, imprescindível para o desenvolvimento de Minas Gerais e do Brasil.”
Construída no rio Jequitinhonha, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, no Médio Jequitinhonha, como se fosse a redenção do Vale, a Barragem de Irapé traz poucos retornos ao desenvolvimento regional.


Tarifa de energia em Minas é uma das mais caras do mundo
Ainda que fossem cortados os impostos sobre a conta de luz, a tarifa praticada em Minas continuaria entre as mais caras do mundo. Foi o que afirmou o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, José Antônio Baeta de Melo Cançado, junto à Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, no segundo semestre de 2009.

Durante os debates, foram defendidas propostas como redução de impostos sobre a energia e mais transparência sobre taxas e contribuições embutidas nas contas de luz. Mas segundo o promotor, levantamento feito em 2007 mostra que, sem tirar os impostos, a tarifa praticada pela Cemig era a mais alta do Brasil e só perderia no mundo para quatro regiões do Japão, cujas tarifas eram mais elevadas por questões climáticas e geográficas.

Retirando-se os impostos, a tarifa da Cemig só não seria mais cara do que a de países que usam na geração de energia fontes não renováveis, como o carvão, disse o promotor. Para José Antônio Baeta, não há motivos para o Brasil praticar tarifas elevadas em relação a outros países, já que sua matriz de geração de energia é centrada na água, um bem renovável e gratuito.

No entendimento do promotor, esse cenário traduz os paradoxos existentes hoje no País quanto à definição da tarifa social, objeto de lei federal em vigor para dar descontos na conta de luz a pessoas com renda baixa e consumo menor.


"É preciso uma pressão popular para descobrir o que está errado nesse modelo energético", defendeu José Antônio Baeta.

Ele alertou que alguém vai pagar por essa redução, e que se esse custo for repassado, acabará retornando de outra forma às classes mais pobres.

Comentário:
Para nós do Vale do Jequitinhonha, a CEMIG deveria reduzir as tarifas pois explora a Usina de Irapé e quase nada retorna para a região. No Seminário sobre Pobreza e Desigualdades Regionais, em Araçuaí, em 2011, propus que as tarifas da região deveriam ser reduzidas em 50% para compensar os usos dos nossos recursos naturais como as águas do rio Jequitinhonha. Mas, o Governo de Minas nada responde.
O que é produzido na Barragem de Irapé é distribuído em rede e vendido para os mineiros e outros brasileiros, com preços arrochantes. Em menos de 4 anos de funcionamento já pagamos mais da metade da obra da CEMIG. A Irapé produz 390 MW.
Pelo contrário, a empresa é tão poderosa que quando os moradores se mobilizam e cobram soluções, como aconteceu em Itamarandiba, no Alto Jequitinhonha, seus diretores prometem investimentos de milhões e nada acontece.
Todos os anos, no mês de abril, a empresa consegue um aumento na ANEEL. Somando os aumentos  concedidos em 2011 e 2012, a já cara taxa de energia da CEMIG subiu quase 17%.    

Leia  mais aqui: cemig-energia-mais-cara-do-mundo  

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