sábado, 12 de maio de 2012

Couto Magalhães de Minas: Imagens sacras são restauradas


Imagens sacras passam por restauração, com alunos da UFMG

imagens barro Imagens sacras de Couto Magalhães de Minas passam por restauração, com alunos da UFMG
Dois lados do patrimônio cultural de Minas: preservação do acervo das igrejas e mais conhecimento para os estudantes da área de conservação-restauração. Para unir essas duas pontas, quase sempre carentes de recursos, foi assinado, ontem, um termo de cooperação técnica e científica entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Um dos frutos da parceria, que contempla uma ampla agenda de trabalho é restaurar na Escola de Belas-Artes (EBA)/UFMG 21 peças sacras de igrejas de Sabará, na Grande BH, Couto de Magalhães de Minas, no Vale do Jequitinhonha, Serro e Conceição do Mato Dentro, na Região Central.
As peças (20 imagens e uma tarja de retábulo) foram entregues no câmpus da Pampulha pela gerente de Elementos Artísticos do Iepha, Ana Panisset, ao diretor da EBA, Luiz Souza. Ana explicou que, a custo zero, as comunidades terão seu patrimônio restaurado com a qualidade garantida pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor/UFMG), uma referência internacional. Além da seleção, recolhimento e devolução do acervo aos locais de origem, o Iepha vai fazer o acompanhamento do serviço. “Essa ação entra como um braço do Programa de Restauração de Acervos do instituto, que este ano incluirá mais 19 peças”, informou a gerente.
Durante a entrega, Ana destacou a satisfação dos estudantes do curso de conservação-restauração e também dos professores que vão trabalhar com as peças. “Serão várias frentes de trabalho em cooperação. Além de peças sacras, vamos restaurar pinturas e gravuras e capacitar recursos humanos. Ganham as comunidades, com a recuperação do acervo, e os estudantes, com a possibilidade de ter esse material para estudos e trabalho durante o curso. A motivação do intercâmbio é trazer o conhecimento e a pesquisa acadêmica para o âmbito da aplicação prática”, disse a gerente. Anualmente, serão selecionadas de 15 a 20 obras, dependendo do tamanho e estado de conservação. “Há uma curiosidade: uma delas será recuperada, como trabalho de conclusão de curso, pela aluna Florence Costa, que é também estagiária no ateliê de restauração do Iepha”.
O professor Luiz Souza lembrou que há 30 anos a EBA mantém o seu curso de conservação-restauração e ressaltou a formação de parcerias com instituições como Iepha e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Agora, é como se transformássemos o ateliê num ‘hospital das clínicas’, recebendo novos clientes. Com esse convênio, nossos alunos terão material para treinamento, pois as peças serão catalogadas, vão passar pelo processo de raios x, enfim, receberão todos os cuidados do restauro”, afirmou. Souza disse ainda que o material está bem degradado e vai buscar os recursos financeiros para a empreitada.
CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
De acordo com o Iepha, outra frente de trabalho conjunto se refere à capacitação do corpo técnico que atua na conservação e restauração do patrimônio mineiro, por meio de entidades governamentais ou empresas privadas. Estão previstos seminários, palestras, workshops e eventos diversos, envolvendo técnicos do Iepha, acadêmicos da UFMG e profissionais do mercado. Além disso, o convênio também prevê a oferta de estágio supervisionado no Iepha para os alunos da EBA e desenvolvimento de diversos projetos de pesquisa e publicações em conjunto.
Pelo termo de cooperação, será montado um grupo de pesquisa que funcionará como uma comissão para discutir os parâmetros de conservação e restauração, baseado em referências internacionais e naquelas atualmente adotadas pelas duas instituições, a fim de unificar os procedimentos. E mais: será lançado um laboratório móvel de análises científicas para o diagnóstico do patrimônio mineiro. Fruto de um esforço conjunto entre UFMG, Iepha, Iphan e Ministério Público estadual, a unidade móvel percorrerá as mais diversas regiões do estado avaliando o estado de conservação de bens culturais.
Além das 21 obras, mais 19 peças sacras também entram em restauro ainda este ano pelo Programa Restauração de Acervos, do Iepha: cinco imagens da Igreja Matriz de São José, de Belmiro Braga, na Zona da Mata, serão recuperadas com verbas destinadas ao programa pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Difusos de Minas Gerais (Cedif), no valor de R$ 50 mil. Outras 14 imagens, de nove municípios, serão recuperadas com investimento de R$ 350 mil do programa estadual Minas Patrimônio Vivo.
Fonte: Estado de Minas via Blog do Jequi 

Nenhum comentário:

Postar um comentário