quinta-feira, 19 de julho de 2012

Campanhas eleitorais em municípios do Vale são caras e custam até R$ 3 milhões


Campanhas mais caras são de Itamarandiba, Medina e Capelinha
Mais baratas são as de Almenara, Araçuaí, Diamantina, Minas Novas e Salinas
Dara Leal, candidata a prefeita de Itamarandiba, quer gastar R$ 3 milhões e vira recordista do Vale do Jequitinhonha 


Campanhas eleitorais costumam ser caras. Porém, alguns municípios do Vale exageram nos gastos eleitorais. Os municípios de Capelinha e Itamarandiba, no Alto Jequitinhonha, e Medina, no Médio Jequitinhonha, são os destaques em gastos exorbitantes.

O município de Itamarandiba tem a candidata que mais pretende gastar, no Vale do Jequitinhonha, para ganhar as eleições. É a empresária Dara Leal, do PSD. Ela declara à Justiça Eleitoral que gastará R$ 3 milhões. Como o município possui 22.724 eleitores dará R$ 132 por eleitor. É uma das campnhas mais caras de Minas Gerais. Seus adversários não deixam por menos. O atual prefeito e candidato à reeleição, Tom Costa, do PDT, informa que gastará R$ 1 milhão, ou R$ 44 por eleitor. Outro candidato Erildo Nascimento, do PSDB, quer gastar a mesma quantia. Já o atual vice-prefeito e candidato a prefeito, Ângelo Márcio, do PT, registrou a intenção de não ultrapassar R$ 300 mil, ou R$ 13,20 por eleitor. O total de gastos dos 4 candidatos chegará a R$ 5,3 milhões ou R$ 233 por eleitor.
Edvaldo  Sena, o Vavá, o rico minerador do Médio Jequitinhonha, gastará quase R$ 1 milhão na disputa da Prefeitura de Medina 
Marcos Cacique, o Marcão, proprietário de Haras, quer ganhar a eleição a prefeito de Medina, também gastando R$ 1 milhão
Os candidatos de Medina também exageram. O minerador e pedrista Vavá, do PSDB, quer gastar R$ 980 mil ou R$ 62 por eleitor. Seu adversário Marcão Cacique, do DEM, também quer gastar o mesmo. Ambos andam pela cidade pilotando carro importado avaliado em cerca de R$ 150 mil. Já o minerador Robinho Machado, do PR, declara que gastará R$ 400 mil e Geraldo Santana, do PV, R$ 200 mil. Os quatro candidatos de Medina gastarão R$ 2,6 milhões ou R$ 158 por eleitor.
Gelson Cordeiro, candidato a prefeito de Capelinha, declarou que gastará R$ 2 milhões na campanha eleitoral, sendo a segunda mais cara do Vale do Jequitinhonha
O candidato a prefeito de Capelinha, Gelson Cordeiro, do PV, declarou que gastará R$ 2 milhões na campanha eleitoral deste ano. Isto equivale ao gasto de R$ 80,79 por eleitor. É a segunda mais cara da região. Capelinha tem 24.753 eleitores. Seu adversário, o prefeito Pedro Vieira, do PSDB, que tenta a reeleição, declarou que gastará 5 vezes menos, ou seja, R$ 400 mil, ou R$ 16,16 por eleitor. Os gastos dos dois candidatos darão R$ 96,95 por eleitor.

Campanhas mais baratas
As campanhas mais baratas de munciípios polos do Vale serão as de Almenara, Araçuaí, Diamantina, Minas Novas e Salinas.

Diamantina possui 3 candidatos a prefeito que disputam os votos de 35.424 eleitores. O total de gastos previsto pelos candidatos é de R$ 1,6 milhão ou R$ 45 por eleitor. O prefeito Padre Gê, do PMDB, que busca a reeleição gastará R$ 700 mil ou R$ 20 por eleitor. O principal candidato da oposição, o médico Paulo Célio, do PSDB, informa R$ 500 mil como previsão de despesas ou R$ 14 por eleitor. Ragosino, do PTR, indica R$ 400 mil ou R$ 11 por eleitor.

Já Minas Novas gasta ainda menos. Os três candidatos juntos gastarão R$ 700 mil ou R$ 31 por eleitor. Rogério da Saúde, candidato apoiado pelo atual prefeito José Henrique é quem mais quer gastar: R$ 300 mil ou R$ 13 por eleitor. Os dois candidatos da oposição, o ex-prefeito Felipe Mota, do PV, e o comerciante Gil do Supermercado, do PPS, garantem gastar , no máximo, R$ 200 mil cada um ou R$ 9 por eleitor.

Salinas tem apenas dois candidatos: Seleide Guimarães, do PSB, apoiada por mais de 10 partidos e pelo atual prefeito José Prates, do PTB, e o empresário Kinkas da Ciclodias, do PT. Cada um deles gastará R$ 500 mil ou R$ 17 por eleitor. Os dois juntos gastarão R$ 1 milhão ou R$ 34 por eleitor.

Em Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, o médico e atual prefeito. Aécio Jardim, do PDT, quer se reeleger e quer gastar R$ 500 mil ou R$ 18 por eleitor. O também médico, Armando Paisão, do PT, como candidato da oposição, pretende gastar R$ 300 mil ou R$ 11 por eleitor.

Almenara tem 5 candidatos. Todos juntos gastarão R$ 1,95 milhão ou R$ 67 por eleitor. Os dois candidatos com maiores gastos são Fabiany Ferraz, do PSDB, atual prefeita, com previsão de R$ 500 mil ou R$ 17 por eleitor . Um de seus opositores, Exupério Pepa, gastará a mesma quantia. Os outros três candidatos ( Dalmo Costa, do PT; Júlio Mares, do PR; e Gercira do PMDB) gastarão em torno de R$ 300 mil cada um.

Eleições do Vale do Jequitinhonha estão entre as mais caras de Minas
O jornal O Tempo publicou, há uma semana, que as pequenas cidades de Minas investem valores mais modestos nas campanhas eleitorais. Nestas cidades, a média de gasto por eleitor fica entre R$ 33 e R$ 112, enquanto a média das cidades mais populosas gira entre R$ 24 e R$ 35. Isso quer dizer que alguns municípios do Vale do Jequitinhonha têm as campanhas eleitorais mais caras de Minas Gerais.

Apesar da grande diferença nos valores absolutos - 2.000 vezes do menor para o maior -, os gastos médios dos candidatos por eleitor surpreendem. O atual prefeito e candidato à reeleição de Cedro do Abaeté, na região Central do Estado, Hilário Dark dos Reis (PMDB), investirá R$ 150 mil na campanha. Como a cidade tem cerca de 1.500 eleitores, ele pretende gastar, em média, R$ 112 por eleitor. Já o candidato de Contagem com maior previsão de gastos, Carlin Moura, gastará, em média, R$ 35 por eleitor (a cidade possui cerca de 420 mil votantes).

"O que acontece no interior, muitas vezes, é a disputa dos padrinhos políticos das cidades, que acaba inflacionando as campanhas eleitorais, como se fosse uma competição de mercado. Como o orçamento público não está mais na mão dos municípios, os deputados federais viraram articuladores da política na região", avalia o cientista político Rudá Ricci.

Um comentário:

Leca disse...

Infelizmente hoje as disputas eleitorais não são disputas de projetos, de propostas de mudanças efetivas, hoje a disputa é de marketing eleitoral, quem tem mais dinheiro ganha a eleição. ISSO PRECISA MUDAR. Hoje a política não visa uma discussão do que é relevante para a sociedade, mas uma disputa de conquista de votos visando ludibriar o eleitor. Não posso dizer pelas outras cidades, mas Capelinha vai mal das pernas em se tratando de política.

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