segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mulheres têm pouca participação na política

Apesar da cota, participação feminina na política norte-mineira e no Vale do Jequitinhonha deixa a desejar
Política no sertão mineiro ainda é coisa para homens e bem abaixo da média nacional, que já é baixa em relação ao mundo

A eleição da presidente Dilma Rousseff há dois anos e o detalhe não menos importante da então candidata Marina Silva (sem partido) ter obtido quase 20% dos votos no primeiro turno criaram expectativas de guinada no histórico da tímida participação das mulheres na vida política nacional, a começar pelos municípios. Não foi bem o a que aconteceu no Norte de Minas, o que contraria tendência de melhora nos números do primeiro turno das eleições em relação ao país. 
Embora Minas Gerais tenha sido o Estado com o maior número de prefeitas eleitas no primeiro turno, elas vão comandar 71 municípios ou 8% do total, não há registro de mulheres eleitas entre as principais cidades do extremo norte do Estado. 
Candidatas disputaram o cargo de prefeita, entre outros, nos municípios de Salinas, Brasília de Minas, Bonito de Minas e São Francisco. Dos 89 municípios que formam a região Norte de Minas, apenas três (Claro dos Poções, Ibiaí e São João do Paraíso), terão mulheres no comando a partir de janeiro -- o que equivale a modestos 3,37% em relação ao total de cidades. 
No Vale do Jequitinhonha, 18 candidatas a prefeita disputaram as eleições. Seis delas tiveram vitória. As prefeituras terão o comando feminino em Aricanduva, com Arlete; Malacacheta, com Maria Ivone; Padre Paraíso, com Néia de Saulo; Jequitinhonha, com Sinhá;  Santa Maria do Salto, com Beata; e Almenara, com Fabiany Ferraz, esta reeleita.

Lei das Cotas
O quadro não é mais favorável nas câmaras municipais. Mesmo com o fato de que as eleições deste ano foram as primeiras sob a vigência da lei que estabeleceu a obrigação de que cada partido ou coligação deva preencher cota mínima de um terço de mulheres nas eleições proporcionais, o número de vereadoras ficou muito abaixo da expectativa nos legislativos do norte-mineiro. Criada em 1995, a Lei de Cotas de Gênero sofreu alteração em 2009 e, desde então, obriga os partidos a ter um mínimo de 30% de mulheres em suas chapas parlamentares.
Antes, a legislação obrigava as legendas a "reservar" as vagas, enquanto agora é preciso "preenchê-las”. A chamada ‘ação afirmativa’ via aperto na legislação contribuiu para aumentar o número de candidaturas femininas para o cargo de vereador, que recebeu incremento de 37% em relação à disputa anterior.
Não há números disponíveis sobre a eleição de novas vereadoras (12,5% na atual legislatura), mas fica patente que o número daquelas que chegaram lá não corresponde ao maior ativismo do mulherio na política. É que os partidos se limitaram a cumprir a Lei de Cotas com o convite às suas filiadas, sem maior investimento na capacitação para a atuação das mulheres candidatas. (Veja aqui ou no post abaixo, texto sobre a eleição de mulheres para as casas legislativas na região).
Mulheres nas prefeituras do Vale
O Vale já teve melhor representação feminina. Isto aconteceu principalmente nas eleições de 1996, quando foram eleitas Cacá, em Araçuaí; Dona Vina, em Rubelita; Vânia, em Coronel Murta; Sônia, em Medina; e Nana, em Itaobim. Depois, em 2.000, Cacá e Dona Vina conseguiram a reeleição. A irmã Telma conquistou a Prefeitura de Minas Novas. 
De 2008 pra cá, as mulheres ocuparam a prefeitura de Almenara, Mata Verde e Angelândia.

Leia mais sobre as mulheres do Vale e a politica:
mulheres.na.política.do.Vale
Postado no Blog do Luis Carlos Guedes com alterações

Nenhum comentário:

Postar um comentário