domingo, 11 de novembro de 2012

Vídeo da compra de votos: “Um processo de fantasmas”, diz a juíza de Taiobeiras


Testemunhas não comparecem à Audiência, autores do video também não


A Justiça Eleitoral realizou audiência para tentar apurar os fatos narrados no polêmico vídeo que acusa o prefeito eleito de Taiobeiras, Danilo Mendes (PSDB), de comprar voto com gasolina, cesta básica e cimento. Mas, para surpresa geral, os autores do tal vídeo não compareceram perante a juíza, que acabou ouvindo apenas duas testemunhas da defesa: o advogado Jackson Ferraz e a estrela principal do vídeo, Adalberto Rodrigues.

Estranhamente, a acusação, feita pela Coligação Taiobeiras Merece Mais, não levou nenhuma testemunha para confirmar em juízo os depoimentos feitos no Ministério Público. Diante disso, o conteúdo do processo continuou desconhecido e nebuloso. “É um processo de fantasmas”, disparou a juíza.

A defesa deitou e rolou.

Nos autos, o advogado Jackson Ferraz é acusado de ter oferecido R$ 5 mil para o autor do vídeo, Geraldo Pereira, mudar o depoimento. Mas, diante da juíza, o advogado disse que, sequer, conhece o indivíduo. “Jamais procurei esse Geraldo. Nunca conversei com ele nem por telefone”, afirmou Jackson, garantindo ainda que não conhece Danilo e que não tinha conhecimento que seu pai, Laurim Ferraz, havia trabalhado na campanha tucana.

A “estrela” do vídeo, Adalberto Rodrigues, não havia comparecido na audiência e a juíza pediu um oficial para buscá-lo. Ao adentrar na sala de audiência, ele cumprimentou Danilo, pegando em sua mão. Visivelmente nervoso, começou a contar a história logo na primeira pergunta da juíza. Em resumo, Adalberto disse que foram os homens da gravação que lhe deu a cesta básica, o cimento e a gasolina. “Eles deram as coisas e pediram pra eu falar que foi Danilo que deu. Eu aceitei, mas não sabia que tava gravando”, disse Adalberto, informando que as frases que aparecem no vídeo foram decoradas.

Ao final da audiência, a juíza aceitou o pedido da promotora Ana Gabriela e suspendeu o processo por 30 dias, pois está sendo aguardado a conclusão do inquérito feito pela Polícia Federal, onde, segundo a promotora, existem até gravações de ameaças às pessoas envolvidas.
Fonte: Folha Regional

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