sábado, 15 de dezembro de 2012

Como falar da tragédia norte-americana com as crianças

Especialistas defendem diálogo franco na escola e em casa sobre a crueldade ocorrida na Escola , nos Estados Unidos


A chacina em uma escola norte-americana, ocorrida nesta sexta-feira, 14.04, leva a algumas reflexões junto às crianças, pois elas produziram imagens chocantes de choro, desespero e consternação. 
Sempre que tragédias como essas ocorrem, pais e professores se veem diante de um desafio: como tratar um assunto tão delicado com as crianças, que muitas vezes acompanham as cenas pelos meios de comunicação. 

A dica de especialistas é clara: não negar o fato, falar a verdade e contar que o episódio foi uma exceção.
A psicóloga Gesimary de Santi Azevedo, especialista em psicoterapia de crianças e adolescentes, orienta pais e educadores a só tratar do assunto quando houver al­­gu­­ma dúvida da criança. 

“O adulto pode entender [o fato] de uma forma e a criança de outra. Por isso é importante que a dúvida apareça. Quando ela surgir, é preciso ter calma e conversar sobre o que aconteceu, sempre falando a verdade sobre o fato.”
Integrante da Comissão de Educação do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, a psicóloga Bárbara Olsen explica que negar o fato não ajuda em nada. Ela sugere um espaço de discussão e expressão, no qual as crianças possam externar medos, fantasias e dor a respeito do que aconteceu. Isso poderia ser feito por meio de desenhos, debates, redações e cartas.
De acordo com Araiê Berger, psicóloga especialista em estresse pós traumático, é imprescindível que haja diálogo tanto na escola quanto em casa. 
“Este acontecimento que chocou o mundo deixa no ar uma sensação de vulnerabilidade e pânico. Porém, é importante ter cautela na forma de abordar o tema para que isto não gere mais sofrimento e aversão dos alunos em relação à escola”, diz.
Para Bárbara, é importante que professores tomem cuidado para não criar uma atmosfera ainda maior de pânico e insegurança. 
“É crucial deixar muito claro para as crianças que o que aconteceu foi uma exceção, não é algo que ocorre sempre, não é um fato cotidiano".
Como muitas escolas já entraram em férias, os pais ficarão responsáveis em apoiar seus filhos em situações de dúvidas ou de pânico em relação à tragédia norte-americana.
Texto adaptado por Álbano Silveira Machado

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