domingo, 14 de julho de 2013

Governo Federal prioriza 15 Municípios do Vale para receberem Médicos

Minas Gerais tem 78 municípios considerados prioritários, com menos de um médico para cada grupo de mil habitantes ou sem nenhum profissional morando no local. 

44 municípios estão no Vale do Jequitinhonha, Mucuri e norte de Minas

O profissional que se transferir para alguma destas cidades receberá salário de R$ 10 mil e um bônus de R$ 20 mil.


Vale está entre as regiões prioritárias para receber médicos
Com o programa, governo tentará reduzir filas em hospitais e postos em áreas mais carentes                                                                    No pacote anunciado no dia 08.07.13, pela presidente Dilma Rousseff dentro do Programa Mais Médicos, Minas Gerais tem 78 cidades prioritárias para receber os profissionais da saúde. 

Mais da metade delas está no Norte de Minas (26), Vale do Jequitinhonha (15) e Mucuri (03), regiões mais carentes do estado, que receberão 44 médicos, no total. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a lista de municípios foi elaborada com base na carência de profissionais de cada local e na vulnerabilidade social, mas, segundo estudo feito pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), a carência é muito maior. Conforme o Estado de Minas publicou domingo, 209 dos 853 municípios mineiros não têm médicos. 

Outros 148 (17,3%) contam com apenas um profissional. Em todo o país, as medidas vão abranger 1.557 cidades.

O Ministério da Saúde informou, no entanto, que a lista dos municípios prioritários não é definitiva e qualquer cidade pode se candidatar a receber médicos. 

Segundo dados do CRM-mg, são 38.680 profissionais em Minas, com 1,97 médico para cada mil habitantes.  Porém, maioria dos profissionais prefere morar na capital.
A média nacional é de 1,83 médico para mil habitantes. 

Também aparecem na lista cidades das regiões Central, Vale do Rio Doce, Zona da Mata, Noroeste, Sul e Centro-Oeste do estado. Na Grande BH, Santa Luzia é um dos lugares citados. 

O Estado de Minas mostrou que a prefeitura é a que oferece o salário mais alto da região (R$ 15.000) e, mesmo assim, tem vagas abertas para médicos.

A medida da presidente foi comemorada por prefeitos. Emerson Pinheiro Ruas, por exemplo, de Santo Antônio do Jacinto, no Jequitinhonha, disse que conseguiu contratar um médico oferecendo a ele R$ 23 mil. 

“Precisamos de pelo menos mais dois médicos e falta dinheiro para a contratação. Por isso, o programa vai ser bom para o município, que está a 820 quilômetros de BH, na divisa com a Bahia, onde os médicos não querem morar”, afirmou. 

A cidade de 12,1 mil habitantes, incluída na lista do Ministério da Saúde, tem cinco postos do Programa de Saúde da Família (PSF). Segundo o prefeito, para manter cada um deles, a prefeitura gasta em torno de R$ 30 mil por mês. “Desse montante, só recebemos R$ 10 mil, que ajudam no pagamento do médico, o resto temos que completar.” 

Mesmo otimista, o gestor critica. “Somente contratar médicos não resolve. É preciso que o governo faça um repasse que seja suficiente para pagar o salário integral do médico e nos envie recursos para pagar também dentista, enfermeiro e técnico de enfermagem.”

Recursos

O prefeito  Joel Ferreira Lima, de Ibiracatu, no Norte do estado, disse que a inclusão do município na lista do programa Mais Médicos alivia o que é hoje um peso nas finanças das prefeituras: o envio de moradores para fazer tratamentos e consultas em outras cidades. No local de 6,1 mil habitantes, o prefeito conta que, todos os dias, de 15 a 20 pessoas são levadas para Montes Claros, a 150 quilômetros de distância, e Brasília de Minas, a 70 km.

OS 44 MUNICÍPIOS DO VALE DO JEQUITINHONHA, MUCURI E NORTE DE MINAS QUE VÃO GANHAR MÉDICOS DO GOVERNO FEDERAL

Cidades que terão prioridade para receber profissionais pelas regras do Programa Mais Médicos (segundo critérios de vulnerabilidade social)

Bonito de Minas - Norte de Minas
Botumirim - Vale do Jequitinhonha/ Norte de Minas
Cachoeira de Pajeú - Vale do Jequitinhonha
Catuti - Norte de Minas
Comercinho - Vale do Jequitinhonha
Cônego Marinho - Norte de Minas
Coração de Jesus - Norte de Minas
Cristália - Vale do Jequitinhonha/Norte de Minas
Curral de Dentro - Norte de Minas
Felício dos Santos - Vale do Jequitinhonha
Felisburgo - Vale do Jequitinhonha
Gameleiras - Norte de Minas
Ibiracatu - Norte de Minas
Icaraí de Minas - Norte de Minas
Itacambira - Norte de Minas
Januária - Norte de Minas
Joaíma - Vale do Jequitinhonha
Juvenília - Norte de Minas
Ladainha - Vale do Mucuri
Luislândia - Norte de Minas
Mamonas - Norte de Minas
Manga - Norte de Minas
Miravânia - Norte de Minas
Montalvânia - Norte de Minas
Monte Formoso - Vale do Jequitinhonha
Ninheira - Norte de Minas
Ouro Verde de Minas - Vale do Mucuri
Padre Paraíso - Vale do Jequitinhonha
Pai Pedro - Norte de Minas
Patis - Norte de Minas
Pintópolis - Norte de Minas
Ponto dos Volantes - Vale do Jequitinhonha
Rio Pardo de Minas - Vale do Jequitinhonha / Norte de Minas
Rubelita - Vale do Jequitinhonha 
Santa Cruz de Salinas - Vale do Jequitinhonha / Norte de Minas
Santa Helena de Minas - Vale do Mucuri
Santo Antônio do Jacinto - Vale do Jequitinhonha
Santo Antônio do Retiro - Norte de Minas
São Francisco - Norte de Minas
São João da Ponte - Norte de Minas
São João das Missões - Norte de Minas
São João do Pacuí - Norte de Minas
Ubaí- Norte de Minas
Virgem da Lapa - Vale do Jequitinhonha

Fonte: Ministério da Saúde

Enfermeiros e dentistas na mira

As mudanças propostas pelo governo na formação médica podem ser estendidas a outras profissões da área da saúde. Um grupo formado no Conselho Nacional da Educação (CNE) discute alterações na grade curricular e a possível inclusão de um segundo ciclo acadêmico para estudantes de enfermagem, odontologia e nutrição, entre outros. Algumas entidades, como o Conselho Federal de Odontologia (CFO), também debatem alterações.

Na avaliação do conselheiro Amaury Angelo Gonzaga, do Conselho Federal de Enfermagem, caso ocorram alterações, elas serão muito bem-vindas. “É inadmissível que se faça uma formação para que o profissional fique longe da população. A atenção básica à saúde é o carro-chefe para o bom funcionamento de qualquer sistema de saúde.” Amaury defende que uma mudança nas outras profissões da saúde deve ser feita em breve. De acordo com o MEC, no entanto, a prioridade no momento é a regulamentação do segundo ciclo de formação em medicina.


Fonte: Estado de Minas, com alterações
Mais Médicos (Foto: Editoria de Arte/G1)



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