quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Antônio Anastasia é um bom técnico que mexe com coisas, com gente é diferente...


Sylo Costa

Com gente é diferente...

Vamos ao chamado raciocínio lógico para descobrir como e por que o governo mineiro anuncia algumas reformas na administração que, suponho, são para dar início ao processo eleitoral cujo desfecho se dará em 2014, ano em que muita coisa vai acontecer, ou não, por conta da Copa do Mundo.

O raciocínio lógico é algo que se vai desenvolvendo à medida que o sujeito interage com o meio envolvente, e isso me leva a crer que o governador Antonio, homem competente e honesto – e competência e honestidade passaram a ser virtudes neste país varonil –, precisa explicar a lógica de sua decisão de, somente no último ano de seu governo, fazer as importantes mudanças anunciadas e entendidas por mim e por muita gente como “medidas necessárias” para ganhar as eleições e eleger os candidatos que serão inventados pelo senador Aécio Neves (e não Cunha, como seria do meu gosto) para suas conveniências eleitorais. O partido, os deputados, o povo e a plebe rude e ignara são apenas detalhes desimportantes dessa realidade nua e crua...

O governador Antonio anunciou um pacote de redução de despesas, com extinção de seis secretarias e corte de 20% dos cargos comissionados, além de outras medidas, que irão gerar uma economia de R$ 1,1 bilhão no próximo ano. Agora ficamos sabendo que o Estado está superdimensionado... Grande novidade! Quem o superdimensionou? Só pode ter sido o PSDB, que, supostamente, governa há 13 anos esse torrão. E sabendo da presença do Antonio todo esse tempo, até nas inúmeras e constantes ausências de outros, durante todo o tempo, por que somente no final do seu governo age contra esse desperdício?
Como o raciocínio lógico é um processo resultante de conhecimento, concluo que o bom governo é desempenhado por aquele que é bom político e melhor administrador. Antonio é um político inventado e um extraordinário técnico. Só que o administrador puro trabalha com coisa, e o político trabalha com gente. E todo mundo sabe que com gente é diferente...
Antonio, você escolhe o tempo em que houve esse desperdício em sua administração: quando montou a atual estrutura para governar ou quando, demagogicamente, corta os gastos para ter o que dizer nos palanques durante o ano eleitoral, para ajudar Aécio, mais Neves que Cunha.
Fui companheiro de chapa de Aécio Cunha por mais de 20 anos em municípios do Mucuri e do Vale do Jequitinhonha, sob a sadia liderança de meu tio Omar Afonso, líder político naquela região, responsável pelo lançamento de Aécio Cunha na política, já que foi um dos maiores amigos do saudoso Tristão da Cunha, pai de Aécio Cunha e avô de Aécio Neves. Eu, por princípio lógico, prefiro o Aécio Cunha, talvez porque o conheci melhor. Que Deus o tenha, junto com o meu querido tio.
Mas por que extinguir só seis secretarias em vez de deixar só seis? Só porque seis é meia dúzia?
Publicado no jornal O TEMPO, EM 07/08/13 
Sylo Costa é fazendeiro em Salinas, no Vale do Jequitinhonha / norte de Minas. Foi deputado estadual, por várias mandatos, nas décadas de 70 e 80. 

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