sábado, 24 de agosto de 2013

Clima das Eleições 2014 esquenta: Dilma cresce 7% nas pesquisas. Marina desiste


Cada vez parece mais evidente: o que fez a aprovação de Dilma Rousseff cair tão abruptamente é o mesmo fator que faz com que recupere 65% de aprovação (registrados em março). Mas não dá para negar que voltar tão rapidamente ao patamar de 40% é uma façanha. Talvez, uma façanha da mais débil oposição brasileira desde a redemocratização, afirma o cientista político Rudá Ricci.

Aprovação de Dilma recupera 7 pontos, diz Ibope

O GOVERNO FOI QUALIFICADO COMO REGULAR PARA 37% DAS PESSOAS, E 1% NÃO SOUBE OU NÃO QUIS RESPONDER, INFORMOU O IBOPE

Brasília - A taxa de aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff, que havia caído em consequência das manifestações do mês junho, recuperou sete pontos e chegou agora a 38%, segundo uma pesquisa do Ibope encomendada pelo jornal "Estado de S. Paulo" e divulgada nesta sexta-feira.
A pesquisa mostra que além do aumento da avaliação positiva, a avaliação negativa do governo está em 24%, mesma queda de sete pontos em relação aos 31% registrados em junho.
O governo foi qualificado como regular para 37% das pessoas, e 1% não soube ou não quis responder, informou o Ibope.
Em março, Dilma ostentava um índice de aprovação de 65%.
A recuperação observada na pesquisa divulgada hoje foi registrada principalmente nas regiões sul e sudeste, onde a aprovação ao governo cresceu 12 pontos percentuais desde junho.
A pesquisa foi realizada entre 15 e 19 de agosto, quando foram entrevistados 2.002 eleitores de 143 cidades, e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
A tendência mostrada por esta pesquisa coincide com a divulgada pelo Datafolha há dez dias, que detectou uma recuperação de seis pontos no apoio ao governo, chegando a 36%.


MARINA SAI DE CENA, SERRA ENTRA


Talvez o ex-governador deixe de ser tucano; já a candidatura da ex-ministra parece impossível

Por Maurício Dias, na Carta Capital

Parece definida a situação de Marina Silva em relação à eleição presidencial de 2014. Como não há mais tempo hábil para cumprir as exigências legais para a Rede Sustentabilidade formalizar o registro junto ao TSE, ela não tem opção. Fica fora da competição ou, até o dia 4 de outubro, põe o pé no estribo do primeiro bonde que passar. No entanto, Marina tornou proibido falar em “plano B”.
Não há espaço para ela no PSOL. Não há como retornar ao PV, com o qual rompeu após disputar a eleição de 2010 e “arrancar” quase 20 milhões de votos. Talvez ela seja bem recebida no PPS, que tem como preferência, no entanto, a adesão de José Serra, caso ele decida dar adeus ao PSDB.
Sem Marina Silva no páreo, a situação, em tese, favorece Dilma, com a popularidade em recuperação. As precoces pesquisas indicam que, neste caso, se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno se os adversários fossem Aécio Neves e Eduardo Campos.
O quadro de candidatos ainda está tão indefinido quanto o da economia. Um fator predominante na eleição de 2014.
Para onde escoaria a votação de Marina, considerando que é um voto de forte conteúdo antipartidário? Ela reproduziria a decisão de não apoiar ninguém, como fez no segundo turno de 2010? Até quando ela vai evitar o jogo político? Talvez quando a bem-aventurada Marina entender, como já foi dito, que a política é uma atividade para pecadores.
Além de perder a corrida contra o tempo, Marina engasgou com as mais de 800 mil assinaturas coletadas em um ano. Era preciso, no entanto, certificar em cartório. Somente 250 mil foram reconhecidas oficialmente. A metade do que a legislação exige para a formação de partido. Esse número expressa o mínimo exigido pela legislação: 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e nulos. Isso corresponde a exatamente 491.656 assinaturas certificadas em cartório de, pelo menos, nove estados.
Marina acusou a lentidão dos cartórios. Foi vítima da burocracia que, quando não falha, tarda. Em gesto de desespero, propôs ao TSE entregar mais de 600 mil sem conferência para obter, em confiança, o registro do partido. Ela pede o impossível: que o tribunal abra uma exceção.
Mas eis que, de São Paulo, chegaram notícias ruins. A Justiça Eleitoral identificou indícios de fraude na coleta de assinaturas para a criação do partido. O Ministério Público Eleitoral e a polícia foram mobilizados em alguns municípios paulistas.
Somente o registro perante o TSE garante a participação no processo eleitoral. Marina não cumpriu as exigências preliminares para chegar a essa etapa que, em geral, consome cerca de 30 dias. Basta conferir o calendário. O tempo passou.

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