quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tráfico de drogas cresce nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Diário do Jequi

O tráfico de entorpecentes, em especial o crack, continua crescendo nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. De 2011 para 2012, o consumo de drogas nas cidades das duas regiões já havia tido um crescimento de mais de 100%, e o problema continua se espalhando, o crack já é encontrado em mais de 90% dos municípios do Jequitinhonha e Mucuri. O problema também é enfrentado na fronteira de Minas com a Bahia, de onde também saem centenas de trabalhadores para a lavoura de cana.
A relação da chegada dos entorpecentes nessas regiões de Minas e a migração de pessoas que vão trabalhar no interior de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, em especial no corte-de-cana de açúcar, pode ser verificada como fator principal para o aumento do consumo de crack. Os migrantes voltam para suas casas já viciados, porque o uso desse entorpecente para aguentar ou dar maior resistência no trabalho pesado vem se tornando comum. Além do crack, a maconha é também muito usada pelos trabalhadores rurais.

Os trabalhadores se tornam os agentes que levam as drogas consumidas em cidades do estado de São Paulo, como: Ribeirão Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto, para as menores cidades do estado de Minas, como: Carbonita, Capelinha, Itamarandiba e Turmalina. Esses são alguns dos muitos municípios mineiros atingidos pelo crescente consumo de drogas. A situação já é alarmante, tanto que, em ônibus clandestinos, trabalhadores fazem o transporte de entorpecentes de grandes cidades paulistas para pequenas cidades mineiras, assim, eles se tornam pequenos, mas altamente perigosos traficantes.

Vários estudos sobre a relação trabalho no corte-de-cana e tráfico de drogas estão sendo feitos, mas as ideias estão ficando somente na teoria, muito pouco foi feito na prática para combater essa modalidade associada ao narcotráfico. Ônibus que viajam de São Paulo para Minas Gerais enfrentam pouca ou nenhum fiscalização, esses veículos, além de levar os trabalhadores de volta as suas cidades de origem, carregam o crack, a maconha e a cocaína. O governo federal e o poder executivo dos dois Estados parecem não se preocupar com a situação. A entrada de drogas em Minas Gerais pelos estados de Goiás e Mato Grosso, feita por esse meio de transporte também vem se tornando comum.

O crescimento do tráfico gera violência e morte nas regiões afetadas. A criminalidade cresce associada a um dos maiores problemas sociais do Brasil. Roubos, furtos e crimes de maior gravidade são registrados e tem ligação direta ou indireta com o consumo do crack e da maconha. Esses dois entorpecentes ainda conseguem um feito inédito: estão se tornando mais consumidos que o álcool.

Fonte: Erik Fiusa e Kaio Diniz, do Grupo UN de Noticias. 

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