quinta-feira, 7 de novembro de 2013

21 municípios decidem fechar as portas das Prefeituras por dois dias, como protesto contra arrocho financeiro

As Prefeituras farão demissão de servidores.
Angelândia fechará as portas por dois meses.

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Movimento tem como objetivo 
chamar a atenção contra a 
queda no repasse do Fundo de 
Participação dos Municípios (FPM) 
e ainda contra o excesso de encargos 
assumidos pelas prefeituras com 
os convênios firmados com os 
governos federal e estadual




Prefeitos de todo o Alto Jequitinhonha reuniram-se nesta quinta-feira, 07/11, em 
Diamantina, para debater formas de enfrentar a crise financeira nos municípios. 

A principal proposta aprovada foi a paralisação, nos dias 12 e 13 de dezembro, das 
atividades municipais, em caráter simbólico e com todos os cuidados legais, como 
forma de chamar a atenção para a situação 
preocupante na qual os municípios chegaram neste final de ano. O encontro ocorreu 
na sede da Amaje (Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha), cujo presidente
 é o prefeito de Angelândia, Thiago Pimenta. 
A entidade reúne 21 municípios, dos quais 15 compareceram.

O objetivo da mobilização, conforme Thiago Pimenta, é garantir maior participação das
cidades no bolo de recursos arrecadados pelo Estado e pela União e repassados por
meiodo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Atualmente, de cada R$ 100,
apenasR$ 18,70 ficam com o município. Por outro lado, os prefeitos têm assumido
novas atribuições a cada dia, como é o caso do fim dos lixões e da manutenção dos
equipamentos de iluminação pública. “Se não bastasse ficar com a menor fatia dos
recursos, os prefeitos ainda amargam a queda constante no montante repassado e
ainda o atraso na liberação de recursos”, desabafa Thiago Pimenta. 

Em Capelinha, por exemplo, dos R$ 57 milhões previstos como arrecadação para 2013,
apenas R$ 32 milhões foram obtidos até outubro. Ou seja: a apenas dois meses para o
fim do ano, faltam R$ 25 milhões para o município fechar o ano dentro da previsão
orçamentária. “É uma meta impossível de atingir dentro da realidade hoje de queda
brutal nos repasses e na arrecadação como um todo”, admite o prefeito de Capelinha,
 José Antônio Alves de Souza, o Zezinho da Vitalina.

PORTAS FECHADAS POR DOIS MESES E CORTE NA FOLHA
Diante da situação de queda na arrecadação, que se repete em todos os municípios do
Alto Jequitinhonha, há casos em que os prefeitos estudam até mesmo a suspensão
temporária de serviços municipais, como adianta o prefeito de Angelândia Thiago Pimenta.
“Vamos manter apenas o serviço de urgência e emergência e a limpeza urbana, pois não
há recursos para manter o funcionamento da máquina”, diz. No caso de Angelândia,o
prefeito Thiago Pimenta informou que  publicará um decreto fechando a prefeitura assim
que terminar o período escolar, por volta do dia 20 de dezembro, e somente a reabrirá na
segunda quinzena de fevereiro de 2014. 

Já o prefeito de Senador Modestino Gonçalves, Hernane Araujo de Oliveira, disse não
ter encontrado outra alternativa senão reduzir o quadro de funcionários. “Até agora
conseguimos manter a folha em dia, mas fornecedores já estão em atraso e não
sabemos até quando vamos ter recursos para pagamento de pessoal”, declarou ele. 
A lista de demissões incluirá funcionários comissionados e contratados. 

CANDIDATOS EM 2014 TERÃO DE ASSUMIR COMPROMISSO COM AUMENTO
NO FUNDO  DE PARTICIPAÇÃO

A Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha (Amaje) se compremeteu, na
reunião esta quinta-feira, 07/11, a cobrar de todas os políticos que fizerem
campanha na região,nas eleições do ano que vem, que assumam o compromisso
de rever a divisão das receitas, aumentando o Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), dentre outras formas de elevar os caixas. “Neste modelo político, somos apenas
administradores dos projetos dos outros, e não representantes do povo. Os governos
chegam com a verba carimbada e, nós, que sabemos as demandas do municípios, não
temos autonomia para utilizar os recurso”, declara  Marcos Lemos, prefeito de
Carbonita. 

Com a paralisação simbólica programada para os dias 12 e 13 de dezembro, os
prefeitos querem chamar a atenção dos governos do Estado, da União e também
dos deputados para a situação difícil em que chegaram nesta reta final de 2013.
“A situação dos municípios está tão caótica que os prefeitos não têm como fazer
campanha para ninguém, por isso também precisamos sensibilizar os deputados”,
declarou o prefeito de Capelinha, Zezinho
da Vitalina.

A proposta da Amaje é que os municípios de sua influência formem caravanas para
juntar-se, no dia 13 de dezembro, ao ato público intitulado “Dia do Basta - Minas
Quebra o Silêncio”, que ocorrerá em Belo Horizonte. O ato está sendo organizado
pela Associação Mineira dos Municípios (AMM).

SUGESTÃO DE ENTREVISTAS:
Presidente da Amaje e prefeito de Angelândia, Thiago Pimenta: (33) 8884-7335
Prefeito de Capelinha, José Antônio Alves de Souza: (33) 9112-9672
Prefeito de Carbonita, Marcos Lemos: (38) 9902-7130
Prefeito de Diamantina, Dr. Paulo César: (33) 9971-0135
Prefeito de São Gonçalo do Rio Preto, Marcio Manoel Moura: (38) 9851-5717

ASSESSORIA DE IMPRENSA:
Jornalista Regiane Marques Sampaio
CRÉDITO DE FOTOS: ACONTECE REGIONAL/DIVULGAÇÃO 

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