terça-feira, 26 de novembro de 2013

BR-251, a rodovia da morte, é a segunda mais perigosa em Minas


De janeiro a setembro desse ano, 48 pessoas perderam a vida na estrada
Rodovia liga norte de Minas ao Vale do Jequitinhonha: Montes Claros-Francisco Sá-Grão Mogol-Fruta de Leite-Padre Carvalho- Salinas-Cachoeira do Pajeú

Luiz Ribeiro
Publicação: 26/11/2013 06:00 Atualização: 26/11/2013 08:12, no Estado de Minas



Cruzes e seguidas curvas em longo trecho da BR-251 revelam os riscos da estrada no Norte de Minas
A rodovia BR-251 (Pedra Grande-Montes Claros) está entre as mais perigosas do estado e apresentou o segundo maior crescimento no número de vítimas entre as rodovias federais que passam por Minas Gerais. Foram 33 mortes entre janeiro e setembro do ano passado, contra 48 (45,5%) no mesmo período deste ano, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo superada apenas pela BR-267, onde o número de óbitos passou de 21 para 39 (85,7%).

O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) considera que 40,3% da via não esteja em boas condições. São 218 quilômetros considerados perigosos e que demandam atenção dos motoristas. Fica nesse trecho ruim da rodovia o km 361, onde ocorreu o acidente de ontem com 14 mortes, em Padre Carvalho, no Norte de Minas.

No domingo, o Estado de Minas mostrou que um dos cinco trechos mais perigosos das rodovias federais em Minas fica justamente na BR-251, na Serra de Francisco Sá, perto do local do acidente. Outros três segmentos da BR-040 (Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora) e um da BR-116 (Muriaé/Fervedouro), completam os locais onde os motoristas precisam de ter maior atenção.

Ao todo, o Dnit é responsável pela manutenção e conservação de 540,8 quilômetros da BR-251. Outros 35,2 quilômetros foram delegados à Polícia Militar e ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Pelo relatório do Dnit, o trecho que não está em boas condições se encontra em manutenção e têm pista irregular, com ondulações e necessidade de restauro. A situação precária é confirmada pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou este ano as principais estradas mineiras e considerou que a via está em estado geral regular.

A última grande intervenção na via foi pelo programa de manutenção Crema 1ª Etapa, que fez a revitalização de pavimento entre 2009 e 2011, com um investimento total de R$ 25,5 milhões. Hoje, cinco contratos do Dnit com empreiteiras se encontram ativos em toda a extensão da rodovia. Quatro deles são de manutenção – tapa-buracos, supressão da vegetação e manutenção dos dispositivos de drenagem. O outro é de revitalização de pavimento.

O Dnit informou que está em fase de aprovação projeto que prevê intervenções na BR-251, nos 340,5 quilômetros entre o km 197,3 (BR-116) e o km 537,8 (Montes Claros). O edital vai prever a divisão em dois lotes, com custo estimado em R$ 800 milhões e prazo de execução de 36 meses. Segundo o órgão, trata-se de projeto de restauração com melhoramentos da rodovia, reforço e alargamento de pontes, viadutos, pista, melhorias em interseções e trechos de duplicação.

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