segunda-feira, 5 de maio de 2014

Greve dos TA's da UFVJM tem apoio do curso de Economia, campus Mucuri

NOTA DE APOIO AOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA UFVJM 

O Departamento de Ciências Econômicas da UFVJM vem por meio desta 
declarar seu apoio às manifestações reivindicativas dos Técnicos Administrativos desta 
Universidade, uma vez que entendemos como legítimo e legal o direito de lutar por 
melhores condições de trabalho que, necessariamente, implica em uma melhor condição 
enquanto servidor público. O direito à greve é diretamente compatível com o dever de 
servir bem enquanto trabalhador engajado na luta por uma universidade pública e de 
qualidade. Nesse sentido, a greve é uma forma de manifestação direta sobre o real e 
cotidiano conteúdo da precarização das condições de trabalho vividas pelos servidores 
públicos brasileiros, em especial após o advento do neoliberalismo. 

Vale destacar, que uma sociedade verdadeiramente democrática não deve punir 
os que lutam para melhorar suas condições de trabalho, cujo resultado repercute 
imediatamente nos serviços prestados à sociedade como um todo. Em especial, em um 
ano em que relembramos os mais duros processos ditatoriais vividos por nossos 
lutadores durante o período militar. Nada a comemorar, muito a lastimar. Dessa 
memória devemos erguer laços concretos que desenhem uma outra história, em que o 
direito de se manifestar não se apresenta como diferente ou distante do dever de servir 
bem, enquanto sujeito público que luta por qualidade. 

Historicamente, a greve tem sido um instrumento de luta por parte dos 
trabalhadores, organizados, com vistas a tentar, dentro dos marcos jurídicos formais, 
uma vez que a greve é um direito, diminuir a desigual distribuição de riqueza produzida 
e garantir condições minimamente aceitáveis de sobrevivência. A produção de uma 
matriz de desenvolvimento estruturalmente desigual, cuja raiz estruturante é a 
propriedade privada fundadora da mercantilização da vida, exacerba o enriquecimento 
concentrado a poucos, por um lado, e a generalização da pobreza a muitos, de outro, em 
vez de resolver o problema. 

 Em momentos de crise econômica, política, social e cultural, a diminuição dos 
lucros desencadeia uma onda de ofensivas com vistas à manutenção dos ganhos 
privados, a saber: pela intensificação da concorrência intercapitalista; pela ofensiva do 
capital sobre os trabalhadores. Tal movimento leva a um aumento dos processos de  
concentração e centralização de capital, bem como, de perda dos direitos e 
flexibilização das leis trabalhistas, aumento da intensidade do trabalho, diminuição dos 
gastos com seguridade social, dos ganhos reais e das condições de vida dos 
trabalhadores. 

Na dimensão do Estado este processo se apresenta, frequentemente, com 
“ajustes” recessivos, seja pelo corte de recursos correntes, seja pela paralisia de projetos 
já elaborados, seja pela compressão salarial etc. A greve é um dos meios legítimos que 
os trabalhadores têm para resistir ou mesmo reverter este quadro. Se para muitos este 
quadro de crise e de flagrante “ajuste” ainda não está visível no Brasil, as “jornadas de 
junho” já é uma expressão e para nós o cenário tende a se configurar mais claramente – 
com maior ou menor intensidade – após a eleição, a despeito do seu resultado. 
 Desta forma, reiteramos que o Departamento de Ciências Econômicas da 
UFVJM apoia a ação reivindicativa dos técnicos administrativos em greve desta e das 
demais instituições públicas do país e manifesta-se contrário ao corte do ponto dos 
servidores públicos. 
 Teófilo Otoni, 01 de maio de 2014. 
  
Departamento de Ciências Econômicas 
UFVJM - Campus Teófilo Otoni.

Nenhum comentário:

Postar um comentário