segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ladainha, Itaipé e Novo Cruzeiro, são as cidades que mais desmatam em Minas.

Os dados são da ONG SOS Mata Atlântica, com base em imagens captadas por satélite no período de 2011 e 2012.

Foto: Leonardo MoraisLadainha, Itaipé e Novo Cruzeiro, são as cidades que mais desmatam em Minas
Força-tarefa identificou 350 hectares de propriedades com desmatamento ilegal
O nome da operação é Macaco Muriqui, mas nenhum exemplar daquele considerado o maior primata das Américas foi encontrado pelos integrantes de uma força-tarefa que percorre o Vale do Mucuri desde 23 de abril deste ano. O motivo é simples: o habitat deles, a Mata Atlântica, está sendo devastado na região.

Além de Ladainha, Itaipé e Novo Cruzeiro, apontadas como as cidades que mais desmatam em Minas Gerais, outros cinco municípios ajudam a engrossar as estatísticas que tornam a região responsável por 15% do desmate irregular no Estado.

Os dados da ONG SOS Mata Atlântica, com base em imagens captadas por satélite no período de 2011 e 2012, embora alarmantes, estão defasados.

Foi o que apurou a força-tarefa formada por 60 pessoas, entre técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e integrantes das polícias Civil e Militar.

Nos primeiros sete dias de operação, os fiscais embargaram 350 hectares de propriedades, prenderam 16 pessoas e geraram cerca de R$ 2 milhões em multas.

Na lista de apreensões estão 10 mil metros cúbicos de lenha (1.250 caminhões) e 300 metros cúbicos de carvão (40 caminhões).

“A cobertura de nuvens prejudica a captação de imagens via satélite. Por terra é diferente, difícil escapar”, justifica o diretor de Fiscalização dos Recursos Florestais e Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Bruno Zuffo Janducci, que chefiou uma das equipes. Em apenas um dia de trabalho, esse grupo identificou três propriedades não catalogadas com áreas de supressão vegetal.

Em uma delas, no Córrego Boa Sorte, em Itaipé, o cenário encontrado foi desolador: 26,84 hectares de Mata Atlântica derrubados para o plantio de eucalipto – 30 mil mudas eram cultivadas em um viveiro – e a madeira que não foi queimada no local, para “limpar o pasto”, era estocada para virar carvão vegetal. Os fiscais encontraram ainda um forno em construção e mata ciliar cortada.

“Encontramos um pouco de tudo, como supressão da Mata Atlântica, queimada e o escoamento de material lenhoso”, explica Janducci.

Fonte: Hoje em Dia.

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