sexta-feira, 2 de maio de 2014

Poesia em homenagem ao trabalhador que não se entrega e luta.

Entrega ParcialBanu
 No supermercado do trabalho
vendo barato o meu sangue, meu suor
meus músculos, minha cabeça...

Mas o meu tino de humano nega a entrega prostituta.
E esperneio nos pesadelos cotidianos que fazem rir os normais.
Sem nexo, manifesto o jeito rebelde

E crio,
crendo na fonte da contradição.

Como formiga vou roendo a raiz desse mundo louco,
crescendo o meu valor na solidariedade da companheira,

na comunhão daqueles que transformam o muito e o pouco.
Lutando, plantando, colhendo e vivendo o que sente.
Até que um dia...
a coroa desta moeda só vai dar cara,
rosto de gente.


Este texto foi escrito em 1984, em Coronel Murta, no Médio Jequitinhonha.
Publicado no livro de coletânea de poesias do Vale do Jequitinhonha "Arreunião", do Centro Cultural do Vale do Jequitinhonha - CCVJ.

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