segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Araçuaí: Local de afogamento do casal já matou muitas pessoas

Caixa d Água da Copasa é um dos locais mais perigosos do rio Araçuaí.
É fundo, tem correntezas e forma "funil" que engole as pessoas. 

Foto: Rádio Auto FM

O local em que morreu afogado o casal Robson Rocha, 25 anos, e Kheo Figueiredo, 19 anos, no sábado, 27.12, é muito perigoso, já tendo acontecido duas mortes fatais, dos jovens Sirineu e Maxsuel, em 2012. 

Quem conhece o local sabe que chega a 6 metros de profundidade, com correntezas e formação de "funil", uma espécie de redemoinho formado por águas que "puxam" pessoas e objetos da superfície para baixo, para o fundo do rio, sendo difícil evitá-lo quem se atreve a nadar no local. 

Os bons nadadores de rio costumam dizer que , ao cair em um funil, deve-se descer com o movimento da água, e, mais embaixo, furá-lo com um mergulho. Quem não sabe nadar dificilmente lembrará da técnica ou será capaz de fazer tal movimento, em momento de desespero. 
Tenta nadar contra a corrente e cansa. A força das águas é intensa.


Foto: Rádio Auto FM

Moradores vizinhos contam que, em outros anos, mais mortes já aconteceram neste trecho. Alguns já apelidaram o trecho de "correnteza da morte". 

Com mais esta tragédia, o Corpo de Bombeiros deve considerar o local como de alta periculosidade, acionando a Prefeitura Municipal para sinalizar a área e evitar outras tragédias como a de 2012 e a deste sábado, 27.12.

Veja reportagem do Blog do Banu, em fevereiro de 2012:
Dois jovens morrem afogados no rio Araçuaí
No domingo, dia 26.02.12, dois jovens morreram afogados no rio Araçuaí, próximo à cidade de mesmo nome, no Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas.
Por volta de 15:30 horas, os jovens Sirineu Soares Machado, de 21 anos, e Maxsuel  Martins, de 19 anos, morreram afogados nas águas do rio Araçuaí.
Segundo testemunhas, a vítima Sirineu Soares Machado começou a se afogar quando o seu amigo, o jovem Maxsuel Martins foi em seu socorro. Na tentativa de salvamento os dois se afogaram não sendo mais vistos.
Nesta época do ano, as águas do rio recebem um grande número de banhistas que as procuram para se refrescarem  do calor. Os afogamentos ocorreram no local próximo à antiga captação de água da Copasa.

Veja o video da TV Araçuaí:
https://www.youtube.com/watch?v=I6sG-Tq2vk8

2 Jovens morrem no rio Araçuaí - 02-03-12 - TV Araçuaí.VOB

Segundo o Sargento Leal, do Corpo de Bombeiros, um dos banhistas estava atravessando o 
rio quando começou a se afogar, Um outro foi salvá-lo e foi empurrando-o por trás, atitude correta. Porém, se cansou e se afogou também. O local de afogamento chega a 5 metros de profundidade.
As buscas foram iniciadas, no dia seguinte, com o Corpo de Bombeiros auxiliado por um mergulhador, acompanhados por dezenas de pessoas, entre elas familiares, amigos e curiosos.
O Corpo de Bombeiros fazem um alerta para os banhistas da região para que redobrem os cuidados fazerem do rio o seu lazer.
O Sargento Leal orienta que devem ser tomadas providências como o uso de coletes e evitar o abuso de bebidas e depois a queda na água de pessoas que não sabem nadar.
A maioria dos afogamentos se dão devido às faltas destes cuidados.

Comentáriodo Blog:
O afogamento tem sido uma constante na região do Vale, tanto no rio Araçuaí e Jequitinhonha e seus afluentes, quanto em lagoas. A maioria dos afogamentos é de jovens ou crianças. Água é atrativa, gostosa, terapêutica até. Mas, é preciso muito cuidado. Principalmente, com as crianças e suas brincadeiras inocentes e falta de percepção do perigo. Deve sempre estar acompanhada de pais ou adultos responsáveis.
Os jovens são um caso que demanda ainda mais atenção na formação e educação. São impetuosos e atrevidos. Gostam de enfrentar o perigo, seja ele qual for. Há um sentimento de onipotência e imortalidade nesta fase da vida.
Os pais, professores e amigos devem orientar e chamar a atenção para os perigos da vida e tudo que ameaça e aproxima da morte. Geralmente, tem morrido mais homens. Porque, na questão do cuidado, as mulheres dão de milhões a zero em nós, homens.
"Viver é muito perigoso" já dizia Guimarães Rosa, no livro Grande Sertão: Veredas.  

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