terça-feira, 26 de maio de 2015

Pressão do Ministério Público veta nomeação de Maloca para cargo no governo de Minas

A indicação dele era do Secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana e causou atrito dentro da Seds, principalmente com o MP, além de desconforto no governo.

Foto: arquivoPressão do MP veta nomeação de Maloca para cargo no governo de Minas
Ex-detetive Paulo Maloca teve candidatura a deputado federal vetada pela Justiça Eleitoral

Promotores e Procuradores do Estado, pressionaram o governo estadual e a nomeação do ex-detetive da Polícia Civil,  Paulo Maloca, para assessor especial de segurança pública do Estado acabou não acontecendo.

A indicação dele era do secretário de Estado de Defesa Social(Seds), Bernardo Santana e  causou atrito dentro da Secretaria, principalmente com o MP, além de desconforto no governo.

O caso veio a público porque no início de maio, o ex-detetive, Paulo Maloca, anunciou em sua página no Facebook que tinha sido indicado “assessor especial de segurança pública” e agradeceu “o convite e a confiança do excelentíssimo senhor secretário de defesa social”.

 Amigo do secretário, Maloca tentou concorrer ao cargo de deputado federal pelo PTdoB nas eleições passadas, mas teve a candidatura impugnada por estar inelegível até 2017 em função de uma condenação por homicídio em 2002.

Ao saber da indicação anunciada na rede social, promotores e procuradores fizeram pressão sobre o governo para barrar o nome de Maloca e moveram o alto escalão do governo e do MP para impedir a nomeação, que acabou não acontecendo.

Desgaste
Desavenças internas, mudanças em cargos de comando nos presídios, atritos com o Ministério Público, com setores da Polícia Militar e até mesmo com integrantes da base aliada, além da crise no sistema penitenciário em função da superlotação, estão desgastando o atual secretário de Defesa Social, Bernardo Santana (PR), ex-deputado federal, um dos primeiros nomes  anunciados para o primeiro escalão, ainda no ano passado, antes mesmo da posse do novo governo.

Além de se indispor com promotores de Justiça – que foram impedidos pela Secretaria de Defesa Social (Seds) de cumprir a determinação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), de vistoriar semestralmente todos os presídios e cadeias do estado –, o secretário tem sido alvo de críticas por causa das mudanças por indicação política que tem feito em cargos de direção do sistema penitenciário.

Quem é Paulo Maloca

Paulo Maloca, é advogado, ex-vereador da Câmara Municipal de Governador Valadares e, atualmente, empresário no ramo de pedras preciosas, com forte atuação na região do Vale do Jequitinhonha.
 Maloca, juntamente com o ex-detetive Edson Neves da Paz, hoje advogado; Valdemir Dutra, o Vavá, também ex-detetive; e o ex-delegado regional de Valadares Marcos Luiz de Paula Soares foram acusados na Justiça pela morte de Manoel Messias Fagundes, o Manoel Goleiro.

O crime ocorreu no final de janeiro de 1991, quando todos os acusados estavam na ativa da Polícia Civil de Governador Valadares.


A denúncia contra os policiais foi feita, na ocasião, por Lissandro Fagundes do Amaral, que se encontrava preso na Cadeia Pública  de  Valadares.

Livro

Ano passado, Paulo Maloca lançou olivro  “ Só os fortes sobrevivem “,que é sua autobiografia onde relata toda uma história de dramas pessoais e policiais vividos na época das denúncias  de que ele fazia parte de um suposto grupo de extermínio denominado “ Comando da Morte”.

Na obra, ele esclarece o que considera "uma série de injustiças" sofridas por ele e seus companheiros, e acusa Lissandro de mentir para a Corregedoria da Polícia Civil, para o MP e para a mídia "com o intuito de se autopromover e conseguir benefícios junto à Justiça".
Durante o lançamento do livro em cidades do Vale do Jequitinhonha, como Araçuai e Coronel Murta, Maloca contou com proteção de vários seguranças.

Fonte - Estado de Minas e Gazeta de Araçuai

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