Desfile Cívico levou diversidade para as ruas de Coronel Murta

O desfile durou 3 horas e atraiu a atenção de 

centenas de pessoas

Foto: Gazeta de Araçuai

Um dragão chinês, lembrou a imigração dos povos orientais para o Brasil.

Quem saiu às ruas de Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, se surpreendeu
com a qualidade das apresentações do 7 de setembro deste ano, que teve como temas,
a  diversidade brasileira, a música, a escravidão negra, a imigração japonesa, bem
como a paz, a crise da água e a Inconfidência Mineira.

A ideia dos organizadores  foi  resgatar fatos históricos e  mostrar que  o Brasil e sua
população  acolhem pessoas de várias nações  que trazem um pouco da identidade
dos locais de origem.

O desfile, organizado por 5 escolas do município, contou com a participação de
pelo menos 500 alunos, divididos em 12 pelotões.

Os temas foram  frutos dos trabalhos pedagógicos desenvolvidos por cerca de 60
professores das escolas participantes.

Nem o sol escaldante da manhã, desanimou o público que acompanhou atentamente
as apresentações.

“Acreditamos que o 7 de setembro tenha deixado de ser, para nós coronelmurtenses,
apenas um feriado nacional e sim um dia de reverenciarmos nossos antepassados e construir
nossa expressão de liberdade”, afirmou o professor Romário, na abertura do evento.

Abrindo o desfile, o pelotão porta bandeira, tendo à frente as bandeiras do Brasil,
Minas Gerais e do município, emancipado em 12 de dezembro de 1953.

As balizas, representando a ginástica acrobática deram um show à parte

O Brasil dos brancos, negros, índios e orientais.

Símbolo tradicional de alguns países como China e Japão, um dragão oriental,
carregado por alunos da Escola Municipal Rossana Ferreira Murta, foi a grande
atração do desfile, para mostrar a imigração japonesa que teve inicio no século
XX no Brasil.

Com aparência de uma serpente gigante com quatro garras, o dragão  possui o
significado de sabedoria, força, poder, proteção e riqueza. È  uma figura
muito requisitada nas tatuagens corporais.

A questão ambiental também esteve presente e foi o tema escolhido  por alunos
da Rossana Murta, dando ênfase para a questão da crise hídrica.

Pensando através da música

A Banda de Música Conviver mantida pela Associação Beneficiente de Itaporé-
Abita- animou o desfile. Formada em 2007, atende  em média 40 jovens e
adolescentes.

A influência da música na cultura brasileira foi mostrada pelos alunos da Escola
Estadual Arthur Fernandes.

Com camisetas estampando a frase, Que país é esse? música composta pela
Banda Legião Urbana que fez grande sucesso no final dos anos 80, o pelotão
do rock questionou a corrupção que atinge o país e pediu mais verbas para a
educação. Bandas como Titãs. Ultraje a Rigor, RPM, Kid Abelha, Barão Vermelho
e Paralamas do Sucesso, também foram lembradas.

O frevo também se fez presente. Ritmo musical surgido no final do século 19
em Pernambuco,foi levado pelos alunos para o centro da praça, onde foi
finalizado o desfile.

A história da escrava Chica da Silva, que viveu em Diamantina, foi lembrada
pelos estudantes.

A Escola Estadual Arthur Fernandes levou para as ruas, o mito de Chica da
Silva, escrava que foi alforriada e viveu  seu esplendor, em Diamantina, com
um dos homens mais ricos do Brasil Colônia, o português João Fernandes Leão.

A música Canto das Três Raças, de Paulo César Pinheiro, ,sucesso na voz de
Clara Nunes na década de 70, serviu de pano para .lembrar a escravidão, o
sofrimento e a revolta do negros africanos transportados em navios para o
Brasil. O fato resultou em revoltas como a de  Quilombo dos Palmares.

O roteiro do desfile, observou que  ”atualmente somos todos escravos do
capitalismo, uma escravidão moderna.Nosso povo continua chorando as
diferenças sociais, a desvalorização do trabalhador e a opressão dos poderosos” .

Paz foi o tema da Escola Maria Cecília, de Barra do Salinas

Em um tempo marcado pela violência, a paz serviu de tema para a Escola
Municipal Cecília Ferreira Santos, do distrito de Barra do Salinas, lembrando
que ela é um valor referencial para a vida das pessoas, bem como a amizade
e a solidariedade.

a Inconfidência Mineira foi lembrada pela Escola Manoel Costa Barreto, de
Freire Cardoso

O Sindicato dos Garimpeiros de Coronel Murta, foi o último pelotão a se
apresentar. Fundado em fevereiro de 2004, seus membros destacaram as
conquistas com projetos sociais de lapidação, aquisição de ferramentas para
os garimpeiros e clamando a união da classe em torno do projeto de Lei do
Estatuto do Garimpeiro que está em votação no Congresso Nacional.

O desfile teve início por volta das 8 da manhã e durou 3 horas. Foi finalizado
com a apresentação dos pelotões, na Praça Prefeito Inácio Murta, no centro
da cidade.

Fonte: Gazeta de Araçuai