sábado, 5 de dezembro de 2015

Crise Hídrica permanente no Vale do Jequitinhonha gera Audiência Pública

Comissão Extraordinária das Águas busca soluções para todos os municípios da região que sofrem com a escassez de chuvas e crise de gestão dos órgãos governamentais.Twitter Facebook 
 
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Falta de chuva no Jequitinhonha preocupa a população, que sofre com o abastecimento de água - Arquivo/ALMG
Falta de chuva no Jequitinhonha preocupa a população, que sofre com o abastecimento de água - Arquivo/ALMG - Foto: Guilherme Bergamini
A crise hídrica que atinge Minas Gerais, especialmente os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, motiva audiência pública da Comissão Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Solicitada pelo deputado Doutor Jean Freire (PT), a reunião será na próxima quinta-feira (10/12/15), às 9h30, no Plenarinho I.
Segundo o Mandato do parlamentar, vários municípios da região são atendidos com carros-pipa, cerca de 4 meses no ano, pois a Copasa e sua subsidiária, a Copanor, que atende o Jequitinhonha e o Vale do Mucuri, não está conseguindo fornecer água aos moradores. Entre as localidades atingidas estão Medina, Chapada do Norte, Itinga, além dos distritos de Lelivéldia, em Berilo, de São João de Vacaria, em Virgem da Lapa, e de Chapadinha, em Capelinha.
Além disso, os desmatamento desenfreado, principalmente para o plantio de eucalipto, arrebenta com os cursos d' água, e impede a produção da escassa quantidade de água na região.
E mais: as outorgas para o uso da água de projetos de irrigação de eucalipto e café, tem deixado o atendimento prioritário, o humano, prejudicado. O abastecimento de água como direito humano será abordado por representantes de diversos movimentos sociais que se farão presentes.
Crise hídrica no Jequitinhonha é a vida toda
Em 2015, diversas denúncias feita pelo deputado estadual Dr Jean Freire vem ecoando pela região e levando a população a pressionar os órgãos como a COPASA,  a COPANOR e a SUPRAM - Superintendência Regional do Meio Ambiente do Jequitinhonha, a olhar para as questões da seca e da crise hídrica de forma diferente.
"Durante a vida toda, nós, moradores do Vale, sabemos e convivemos com a escassez de água devido a questões da natureza. Porém, sempre percebemos a falta de vontade política de tratar desta questão. Agora, com a água faltando nas torneiras das grandes cidades surgiu a denominação de Crise Hídrica. Aí, os governos despertaram para a questão e debatem os problemas e soluções para a falta de água. Queremos mostrar e exigir soluções para a crise hídrica no Vale do Jequitinhonha que alia a falta de água com a gestão governamental que vem falhando, deixando muitos cidadãos sem uma água de qualidade", concluiu o deputado.
Todos os anos, muitas comunidades rurais e algumas localidades urbanas ( povoados e cidades) vem lutando para ter água para beber. As principais populações que sofrem este problema, há mais de 20 anos, são Chapada do Norte, Comercinho e Medina, no Médio Jequitinhonha. Os povoados de Lelivéldia, em Berilo; Chapadinha, em Capelinha; São João do Vacaria, em Virgem da Lapa; e muitos outros. Comunidades rurais dispersas são centenas.
Em algumas cidades o abastecimento é captado de poços artesianos. Com o baixo [indice pluviométrico, a Copasa e Copanor foram obrigadas a fazer o rodízio para garantir o fornecimento no período mais crítico, não descartando também a perfuração de poços profundos e utilização de caminhões-pipa. 
Embora esteja à beira do rio Araçuaí, os moradores de Itinga ficaram sem água por 20 dias e acusaram a Copanor de ser responsável pelo caos. Um galão de água mineral de 20 litros, cujo valor médio era de R$ 10 saltou para R$ 32. Na prefeitura, os banheiros foram interditados e os hotéis da cidade estão recusando hóspedes.
Em Chapada do Norte, o rio Capivari é represado para irrigar uma plantação de café e eucalipto, em fazenda na região de Alagadiço, em Minas Novas, de propriedade da CBI Madeiras. Tem água para para a agricultura, ultrapassando o limite que a outorga libera, mas falta para o consumo humano.
Convidados - Foram convidados o diretor-presidente dos Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Copanor), Alonso Reis da Silva; a diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Maria de Fátima Chagas Dias Coelho; o diretor de Operação Norte da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Gilson de Carvalho Queiroz Filho; a coordenadora da Secretaria Executiva do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), Maria de Lourdes Amaral Nascimento.
Além deles, também foram chamadas as presidentes dos Comitês das Bacias Hidrográficas (CBHs): dos Afluentes Mineiros do Alto Jequitinhonha, Carla Cristina de Oliveira Silva; do Rio Araçuaí, Cléa Amorim de Araújo; além da vice-presidente do CBH dos Afluentes Mineiros do Médio e Baixo Jequitinhonha, Emanuele Mares Oliveira.

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