terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Expedição Vale do Jequitinhonha: Ser-tão Vale do Jequitinhonha

 

QUARTO DIA

Caminhos por Minas Novas, Chapada do Norte, Berilo e Virgem da Lapa.

31/12/16 - 21H15
Do Alto para o Médio Jequitinhonha muitas coisas vão mudando. A vegetação vai se tornando menos verde, o sol endurece, as estradas de terra se ampliam e pioram e a dificuldade do povo parece aumentar. Ao mesmo tempo, a simpatia e acolhimento das pessoas também parece crescer proporcionalmente à dureza de suas vidas.
Como tínhamos muito chão de terra pela frente (no total cerca de 60 km) não deu para ficar o tempo que queríamos em cada cidade que passamos. Mas ainda assim conseguimos pegar umas coisas interessantes.
Em Minas Novas, o Sobradão das janelas e portas azuis, do qual tanto já ouvimos falar – inclusive como sendo o primeiro arranha-céu de Minas Gerais – frustrou nossas expectativas por estar abandonado, com rebocos soltos e o aspecto desagradável. Segundo apuramos com moradores, já está correndo a licitação para reforma do Sobrado. Compramos alguns artesanatos de barro, observamos e fotografamos o prédio e a igreja octogonal de São José e seguimos viagem.
A primeira igreja aberta de toda a viagem encontramos em Chapada do Norte, uma capela de Nossa Senhora do Rosário que repete a simpatia, beleza e simplicidade da população e da cidade.
Ainda antes de Chapada, paramos para conversar com o Mestre Zé do Ponto, que faz bancos, redes, tambores e outros objetos com madeira. Os problemas relatados por ele sobre viver do artesanato é semelhante ao que escutamos das outras artesãs que visitamos: a venda é espaçada, é cada vez mais difícil viver exclusivamente do artesanato e falta apoio dos governos sobretudo para a logística de comercialização.
Seguindo adiante paramos em Berilo para almoçar. Já era 13h30 e após rodar um pouco vimos aberto e cheio o Bar Monte Carlo. Só havia farofa e arroz, mas como não encontraríamos outro local, resolvemos topar. Perguntamos o valor e o Seu Ailson disse simplesmente: “pode servir”. Enquanto comíamos, nos trouxe carne de churrasco. Quando fomos pagar, a boa surpresa: em todo dia 31 de dezembro ele serve comida de graça para seus fregueses! Por sorte, viramos fregueses nesse dia e ele ainda lamentou que havíamos chegado tarde e então já não tinha muito churrasco para oferecer. Sem querer, lidamos com essa interessante, bondosa e prazerosa oferta no meio das terras do Vale do Jequitinhonha.
Terra adentro, passamos uma agradável tarde em Virgem da Lapa, na casa de Dona Luzia e Seu Nivaldo Prates, velhos conhecidos da família de meus sogros. E pela simplicidade, aconhechego e lotação, o mercado da cidade nos chamou a atenção.
A noite, chegamos em Araçuaí a tempo de tomar uma cerveja na famosa venda de Seu Lidirico. Como aqui tem muita coisa, provavelmente ficaremos até o dia 2.
Direto dessa cidade maravilhosa, desejamos um feliz 2017 a todos e brindamos por todas as pessoas, histórias e vidas deste rico Vale do Jequitinhonha!
Fonte: OTEMPO / Blog Expedição Jequitinhonha

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