terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Plataforma sobre migração da Fundação João Pinheiro pode ajudar municípios do Vale a planejar o seu desenvolvimento


Fundação João Pinheiro lança plataforma sobre movimentos migratórios no Brasil

Dados têm como base o Censo Demográfico brasileiro de 2010 e abrangem as correntes migratórias entre os 5.565 municípios do país na década de 2000.



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Fundação João Pinheiro (FJP) lançou a plataforma "Movimentos Migratórios no Brasil". Utilizando os dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ferramenta disponibiliza as principais informações relativas às correntes migratórias entre os 5.565 municípios do país ao longo da década de 2000.

Com a redução das taxas de fecundidade e o consequente declínio do ritmo de crescimento da população brasileira nas últimas décadas, a migração tornou-se determinante no processo de redistribuição populacional no Brasil, devendo ser considerada elemento chave em todo o processo de formulação e planejamento público.

Nesse contexto, a plataforma desenvolvida pela Fundação João Pinheiro possibilita aos gestores públicos e privados o acesso a informações oportunas, fidedignas e continuadas sobre a evolução e as perspectivas do fenômeno migratório interno. Os dados referem-se tanto aos imigrantes (pessoas que chegaram para residir em determinado município) quanto aos emigrantes (pessoas de determinado município que passaram a residir em outros municípios).

“Tais informações são subsídios para futuros estudos que relacionem os movimentos migratórios aos fatores de atração e expulsão presentes nas origens e destinos dos fluxos”, explica a pesquisadora da Fundação João Pinheiro (Direi/FJP), Denise Maia.

De acordo com ela, os movimentos migratórios estão associados ao ciclo de vida dos indivíduos, aos processos de urbanização, ao desempenho econômico e à reestruturação produtiva de cada região.

“Fatores como a elevada demanda por trabalho, a disponibilidade de terras e boas oportunidades econômicas, por exemplo, funcionam como atrativos para determinado contingente populacional, ao passo que elevadas taxas de desemprego, falta de oportunidades econômicas, violência e pobreza funcionam como fatores de expulsão”, afirma.


Funcionalidades


Por meio da nova plataforma da FJP é possível gerar, automaticamente, o Perfil Migratório dos Municípios, relatório descritivo com informações sobre o estoque dos migrantes e correntes migratórias entre os municípios brasileiros, nos dez anos anteriores à data do Censo de 2010.

Ainda, a partir de uma ferramenta de georeferência, o usuário pode mapear as correntes migratórias em todo o território nacional, elaborar mapas temáticos e identificar visualmente, por município, as principais origens e destinos de seus migrantes.

Também disponível para dispositivos móveis, a plataforma dá acesso a uma série de links relativos ao tema das migrações internas e internacionais e ao acervo de trabalhos técnicos e científicos produzidos pela Fundação João Pinheiro, instituição que historicamente trabalha com o tema nos planos de desenvolvimento regionais.


Correntes migratórias municipais


Em uma consulta à plataforma é possível verificar, por exemplo, que cerca de 37% da população residente em Belo Horizonte, em 2010, vivenciou alguma experiência migratória ao longo do seu ciclo de vida.

Desse total, 126.544 eram pessoas naturais de Belo Horizonte que já haviam residido em outro município e retornaram à capital. Entre aqueles não naturais de Belo Horizonte, 75% eram mineiros e vieram de outros municípios de Minas Gerais e 18% eram naturais de outros Estados.

Entre 2000 e 2010, cerca de 247.786 pessoas imigraram para o município de Belo Horizonte. Destas, 43% chegaram à capital entre 2007 e 2010. Entre os imigrantes da década de 2000, cerca de 66% tiveram como origem outros municípios de Minas Gerais, 29% vieram de outros Estados e 5% de outros países.

Belo Horizonte, em 2010, apresentou saldo migratório negativo 96.704 pessoas, o que significa que saíram mais pessoas do que entraram no município. “A Taxa Líquida de Migração foi de -4,0%, isto é, se não tivesse ocorrido imigração e emigração, no município no período considerado, a população de Belo Horizonte seria 4,0% superior à população recenseada em 2010”, exemplifica Denise Maia.
Fonte: Fundação João Pinheiro.

Comentário do Blog:
Esta plataforma é de suma importância como base fundamental de dados para o planejamento do desenvolvimento dos municípios do Vale do Jequitinhonha, principalmente do Médio Jequitinhonha, de onde sai , todos os anos, durante 7 meses, quase toda a sua mão de obra, sua população economicamente ativa - PEA, procurando ocupação no corte de cana , na colheita do café, nas temporadas de praia e em outras atividades como a construção civil e escritórios de médias e grandes cidades.

Os jovens que se formam na área técnica ou de graduação em faculdades fora da região procuram trabalho em outras regiões que oferecem maior oportunidade de emprego e renda.

Assim, há uma emigração permanente devido à falta de oportunidade de trabalho, alto desemprego, da baixa densidade econômica e pobreza.

Consulte a situação de cada município, clicando no link abaixo:


Este Blog fará uma análise da Migração do Vale, no período de 2000 a 2010, de alguns municípios do Vale do Jequitinhonha, com base dos dados da Plataforma Movimentos Migratórios no Brasil, da Fundação João Pinheiro.

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