sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pela quinta vez, Minas é o Estado que mais destrói a Mata Atlântica.


Municípios do Jequitinhonha e Mucuri são os maiores desmatadores.


Por Marcos de Moura e Souza Valor

BELO HORIZONTE - Minas Gerais ganhou mais uma vez um título que nenhum Estado quer: o de ser o maior desmatador de Mata Atlântica do país. É a quinta vez seguida que Minas aparece nessa posição no relatório feito pela organização conservacionista Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, referente aos anos de 2012 a 2013 aponta que, nacionalmente, a destruição dessa vegetação aumentou 9% em relação ao biênio anterior. O total destruído nos Estados onde o bioma ainda existe foi de 23.948 hectares, ante 21.977 hectares do período entre 2011 e 2012.
Houve aumento do desmatamento em nove Estados, enquanto a redução foi observada em cinco.
Em Minas, o total devastado foi de 8.437 hectares. Houve uma redução em relação à edição anterior do atlas, quando o desmate chegou a 10.752 hectares. Mesmo assim, o Estado lidera o ranking.
Em segundo, aparece o Piauí (com 6.633 hectares), onde houve um aumento de 150% no desmate em relação ao período anterior. Bahia e Paraná são os outros dois onde houve as maiores supressões, 4.777 hectares e 2.126 hectares, respectivamente – ambos com um avanço de 6%. O estudo será apresentado em detalhes hoje em São Paulo.
Minas Gerais é o que tem a maior área de Mata Atlântica do país. E aparece entre os maiores desmatadores desde que a SOS começou a publicar o atlas, com dados que datam de 1985.
Siderúrgicas
A madeira do Estado em geral é cortada para virar carvão que abastece siderúrgicas e a área ganha plantios de eucalipto para virar mais carvão. A queda de 22% foi atribuída ao fato de o governo ter interrompido por um ano as autorizações de corte. O SOS quer a extensão dessa moratória.
Segundo o Ministério Público Estadual, os maiores desmatadores são proprietários de grandes áreas, que investem alto em projetos agrícolas de monocultura. E que desmatam com autorizações concedidas pelo próprio governo estadual. Os promotores dizem que em muitos casos esse empresário fraciona no papel suas terras porque a autorização para desmate de áreas menores é muito mais fácil do que para áreas maiores. Esse é um procedimento que dá uma fachada de legalidade ao desmatamento em Minas, dizem os promotores Carlos Eduardo Ferreira Pinto e Felipe Faria de Oliveira.
O secretário de Meio Ambiente de Minas, Alceu Torres Marques, diz que o Estado “está no caminho certo” e que o fato de a área de Mata Atlântica ainda ser grande espalhada dificulta a fiscalização. “Hoje, não dá para o Estado checar se as informações prestadas por quem nos pede autorização [para corte da Mata Atlântica] são fidedignas”, admite. “Estamos correndo atrás de eficiência.” O governo de Minas lançou ontem um plano para combate ao desmatamento ilegal com investimentos de R$ 50 milhões.
 Fonte:  Valor Econômico.
Minas fiscaliza sete cidades que mais desmatam no Estado. Todas estão no Vale do Jequitinhonha e Mucuri: Almenara, Águas Vermelhas, Itinga, Jequitinhonha, Ladainha, Novo Cruzeiro e Padre Paraíso. 
João Henrique do Vale - Publicação: 06/09/2013 16:43,no Jornal Estado de Minas.
Minas Gerais foi apontado pelo quarto ano consecutivo como o estado brasileiro onde há mais supressão de mata atlântica. Para tentar diminuir o índice de desmatamento, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) finaliza nesta sexta-feira uma força-tarefa por sete cidades onde foram constatados a maior área desmatada no Estado. Nesses municípios, o que predomina é a ação de carvoeiros. O resultado da ação será divulgado no início da próxima semana.

A força-tarefa acontece em continuação de uma operação que começou em julho deste ano. Até agosto, aproximadamente 10 mil hectares foram verificados, sendo lavrados 25 Autos de Infração. Além disso, desde junho os Documentos Autorizativos de Intervenção Ambiental (Daias) e as Autorizações de Intervenção Ambiental (Aias), para a silvicultura no Bioma Mata Atlântica, estão suspensas temporariamente. “Já fizemos a ação de fiscalização, agora contamos com o deslocamentos das equipes em campo para fiscalizar os municípios que apontaram maiores índices de desmatamentos”, explica Marcelo da Fonseca, Superintendente de Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). 

Desde segunda-feira, seis equipes estão percorrendo os municípios de Almenara, Águas Vermelhas, Itinga, Jequitinhonha, Ladainha, Novo Cruzeiro e Padre Paraíso. “Essas cidades estão entre as dez que mais provocam o desmatamento no Estado. As outras três que não estão presente, já conseguimos fiscalizar anteriormente”, afirma o superintendente. 

As equipes vão fazer o levantamento de 89 focos de desmate. Caso seja comprovadas as irregularidades, os responsáveis serão autuados administrativamente e criminalmente. As áreas que foram percorridas são identificadas anteriormente pela Semad. “Com base no monitoramento contínuo, conseguimos identificar os polígono comuns de desmatamento. Com os dados, fazemos o acompanhamento e elaboramos croquis com os dados. As equipes percorrem os trecos com ajuda de GPS”, diz Marcelo da Fonseca. 

De acordo com o superintendente, os principais alvos são carvoeiros que agem nos municípios. Os dados das autuações serão divulgados na próxima semana. 

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